A taxa média de juros do cartão de crédito rotativo chegou em 451,5% ao ano, de acordo com o relatório de estatísticas monetárias e de crédito do Banco Central divulgado nesta segunda-feira (29), um avanço de 5,3 pontos percentuais (p.p) em relação a julho. O aumento acompanha a política restritiva de juros, com a
O rotativo é um empréstimo automático de curto prazo concedido pelos bancos e administradoras de cartão de crédito, acionado quando o consumidor não faz o pagamento total da fatura até o vencimento. A modalidade é uma operação de crédito livre, ou seja, as taxas são acordadas livremente entre a instituição financeira e o cliente.
A taxa elevada do rotativo tem um impacto direto na
Segundo a economista e professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas, Carla Beni, o custo do crédito no geral está “completamente fora de qualquer patamar de razoabilidade”. A especialista explica que, mesmo em créditos
“O cartão de crédito rotativo, pelo próprio relatório do Banco Central, está cobrando 15,31% ao mês. Isso porque a taxa Selic está a 15% ao ano. Então o próprio banco fornece um limite de crédito acima do que o cliente pode absorver. A taxa de juros é praticamente impagável”, disse à Itatiaia.
No geral, a
Inadimplência na carteira de crédito cresceu
Com a taxa de juros elevada, a inadimplência também cresceu. Segundo o relatório do BC, o endividamento da carteira de crédito total do Sistema Financeiro Nacional (SFN), considerados atrasos superiores a 90 dias, alcançou 3,9% em agosto, com aumentos de 0,1 p.p no mês e 0,7 p.p nos últimos 12 meses.
“Quando a gente observa o mapa da inadimplência do Serasa, a gente observa que a gente está mais ou menos com 44% da população adulta inadimplente. O endividado, é qualquer pessoa que tenha parcelas a vencer, mas o inadimplente tem parcelas vencidas e não pagas. Isso dá um volume de mais de 70 milhões de adultos negativados. Então, essa é uma preocupação muito séria”, ressaltou Carla Beni.