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Luigi Mangione: acusações recusadas por juiz podem mudar a dinâmica do caso

Segundo o analista jurídico Joey Jackson, agora o caso é tratado como um ‘assassinato comum'; juiz retirou acusações de terrorismo contra Mangione

Luigi Mangione foi transferido para Nova York nesta quinta-feira (19)

As acusações de terrorismo contra Luigi Mangione, acusado de matar Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, foram recusadas pelo juiz Gregory Carro nesta terça-fera (16), o que representou uma vitória para a defesa.

Agora, com a retirada da acusação de homicídio em primeiro grau em prol de um ato de terrorismo e homicídio em segundo grau como crime de terrorismo, Mangione enfrenta somente uma acusação de homicídio em segundo grau, que pode dar até prisão perpétua. Há, ainda, um processo federal separado que pode resultar em pena de morte.

“Não foram apresentadas provas de desejo de aterrorizar o público, inspirar medo generalizado, envolver-se em uma campanha mais ampla de violência ou conspirar com grupos terroristas organizados”, dizia a decisão do juiz.

Apesar dos motivos ‘ideológicos’ de Mangione, o crime não foi o suficiente para se enquadrar em terrorismo. O assassinato, segundo Thompson, foi ‘muito diferente’ dos exemplos apresentados pelos promotores.

Um especialista ouvido pela CNN afirmou que a decisão foi ‘bem fundamentada’. Agora, segundo ele, a decisão ‘muda a dinâmica’ do caso Mangione. “Agora é um caso de assassinato comum”, afirmou o analista jurídico Joey Jackson.

Uma nova audiência sobre o caso está marcada para o dia 1º de dezembro, quase um ano após o crime.

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Assassinato de CEO e prisão: relembre

O CEO da seguradora de saúde UnitedHealthCare, Brian Thompson foi assasinado a tiros em frente a um hotel de luxo em Nova York, onde acontecia uma conferência da empresa. O principal suspeito de matá-lo é o jovem Luigi Mangione.

O suspeito foi preso em um McDonald’s em Altoona, na Pensilvânia, portando uma arma parecida com a usada no crime e um silenciador. A arma foi produzida de forma caseira e não tem número de série, o que pode dificultar as investigações sobre como ele teve acesso a ela.

No momento em que foi abordado, Luigi demonstrou nervosismo e começou a tremer. Além da arma, ele portava documentos falsos que usou para se hospedar em um albergue antes de cometer o crime.

Luigi Mangione foi preso cinco dias após cometer o crime. Vindo de uma família influente de Baltimore, ele está preso na penitenciária de Huntingdon, na Pensilvânia. Ele foi indiciado pelo tribunal federal pelos crimes de assassinato, perseguição e ofensa com armas de fogo.

Quem é Luigi Mangione

O rapaz, de 26 anos, nasceu e foi criado em Maryland, e também passou por São Francisco, na Califórnia, segundo o chefe de detetives de Nova York, Joseph Kenny. O último endereço registrado de Mangione era Honolulu, no Havaí.

Luigi é ex-aluno da Ivy League, uma conferência de oito universidades estadunidenses, se dizia anticapitalista e fazia parte de um manifesto que listava queixas contra o setor de saúde. Se formou na Universidade da Pensilvânia em ciência da computação e fundou um clube de desenvolvimento de videogames.

Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.