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Gaza: passagem de Rafah permanece fechada em meio a disputa sobre corpos dos reféns

Dos 28 corpos de reféns mortos na Faixa de Gaza, apenas oito foram entregues até o momento; entrega de reféns faz parte da primeira parte do acordo de cessar-fogo

A passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito, permaneceu fechada nesta quarta-feira (15)

A passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito, permaneceu fechada nesta quarta-feira (15), em meio a disputa sobre a entrega de corpos dos reféns que morreram enquanto eram mantidos na Faixa de Gaza. Israel ameaçou manter Rafah fechada e reduzir a ajuda humanitária na região, alegando que o Hamas está devolvendo os corpos muito lentamente.

A entrada de ajuda humanitária está incluída na primeira parte do acordo de cessar-fogo em Gaza junto com a troca de reféns.

Dos 28 corpos de reféns mortos na Faixa de Gaza, apenas oito foram entregues até o momento, sendo que um deles não foi identificado como um refém. Outros dois corpos devem ser entregues ainda nesta quinta-feira (15), conforme informou o Hamas em comunicado. O grupo informou ainda que entregou todos os prisioneiros vivos e “corpos que conseguiu alcançar”.

No início do dia, a emissora pública israelense KAN detalhou que a reabertura era iminente, mas fontes humanitárias disseram à AFP que ainda não havia acontecido e uma porta-voz do governo ignorou perguntas sobre o assunto.

A falta de ajuda humanitária na região, apesar do acordo de cessar-fogo, é motivo de frustração para o chefe de operações humanitárias da Organização das Nações Unidas (ONU), Tom Fletcher.

“Como o Hamas concordou, eles devem fazer todo o possível para devolver urgentemente os corpos de todos os reféns mortos. Também estou profundamente preocupado com as evidências de violência contra civis em Gaza”, disse Fletcher.

“Como Israel concordou, eles devem permitir a chegada de ajuda humanitária em massa — milhares de caminhões por semana — da qual tantas vidas dependem e que o mundo tem exigido. Precisamos que mais passagens de fronteira sejam abertas”, acrescentou Fletcher.

Vale ressaltar que na última quinta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o processo de recuperação de alguns dos corpos de reféns seria “complicado”.

“Recuperá-los é um processo complicado. Prefiro não dizer o que eles precisam fazer para recuperá-los. Há lugares onde você não quer estar, mas vamos recuperar os reféns na terça, segunda ou terça-feira, e esse será um dia de alegria”, afirmou.

Sete reféns entregues

Na noite dessa terça (14), o Hamas entregou mais quatro caixões com reféns mortos, que foram encaminhados para o Instituto Nacional de Medicina Legal para procedimentos de identificação, que verificaram que um dos corpos não era de um refém.

Os outros três corpos eram de prisioneiros, que foram identificados como Uriel Baruch, de 35 anos, Sargento Tamir Nimrodi, de 18 anos, e Eitan Levi, de 53 anos.

Os outros quatro reféns entregues na segunda-feira (13) também foram identificados como Daniel Peretz, de 22 anos, Yossi Sharabi, de 53, Guy Iluz, de 26, e Bipin Joshi, de 24.

Acordo e liberação de reféns

Todos os 20 reféns vivos que estavam em Gaza foram libertos do cativeiro do Hamas nesta segunda-feira (13), após um acordo de paz proposto por Trump, e devolvidos a Israel após dois anos de guerra. Em troca, Israel libertou mais de 2 mil prisioneiros palestinos.

O Hamas tinha 48 reféns israelenses, sendo 20 vivos e 28 mortos. Até o momento, sete dos 28 corpos foram entregues.

Os corpos de 24 reféns falecidos permanecem em Gaza, mas devem ser devolvidos pelo Hamas, de acordo com os termos do acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA. Os reféns haviam sido sequestrados pelo Hamas durante os ataques de 7 de outubro de 2023.

(Sob supervisão Lucas Borges)

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas
Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.