Novo balanço aponta quase 1,2 mil mortos devido às chuvas na Ásia

Grande parte da Ásia enfrenta, atualmente, a temporada anual de monções, que provoca chuvas fortes e geralmente causa deslizamentos de terra e inundações

Esta foto aérea, tirada em 26 de novembro de 2025, mostra veículos submersos pelas águas da enchente em Hat Yai, na província de Songkhla, no sul da Tailândia

Um balanço divulgado pelas autoridades da Ásia nesta segunda-feira (1º) apontou que 1.160 pessoas morreram devido às chuvas torrenciais que provocaram inundações e deslizamentos de terra. Os temporais afetaram países como Sri Lanka, Indonésia, Tailândia e Malásia.

Vários fenômenos meteorológicos provocaram chuvas torrenciais na semana passada em todo o Sri Lanka, partes da ilha indonésia de Sumatra, no sul da Tailândia e no norte da Malásia.

Em Sumatra, o balanço de vítimas subiu, nesta segunda-feira (1º), para 593 mortos e 468 desaparecidos, anunciou a agência de gestão de desastres.

“A água chegava até o meu pescoço”, contou à AFP Misbahul Munir, 28 anos, morador de Aceh Norte, na ponta norte de Sumatra.

“A água subiu quase dois metros. Todos os móveis estão danificados. Tenho apenas a roupa que estou vestindo”, acrescentou, sem conter o choro.

Para as pessoas refugiadas em abrigos, “as condições são preocupantes. Há mulheres grávidas e crianças pequenas”, disse.

Zamzami, 33 anos, descreveu a chegada das águas “como uma onda de tsunami imparável”. "É difícil descrever quanta água havia, foi algo realmente impressionante.”

O presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, anunciou nesta segunda-feira em Sumatra do Norte que “a prioridade do governo é enviar a ajuda necessária”.

Ele disse que o governo mobilizou helicópteros e aviões, além de três navios militares enviados no fim de semana às regiões afetadas, onde muitas rodovias continuam intransitáveis devido à lama e a destroços.

O presidente enfrenta uma pressão crescente para declarar estado de emergência diante da catástrofe natural em número de vítimas no país desde o terremoto seguido de um tsunami em 2018, que deixou mais de 2 mil mortos.

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Sri Lanka pede ajuda

No Sri Lanka, o governo pediu ajuda internacional e utilizou helicópteros militares para chegar a pessoas isoladas pelas inundações e deslizamentos de terra.

“Nunca pensei que as inundações seriam tão terríveis”, confessou Dinusha Sanjaya, 37 anos, em um acampamento de emergência. “Não foi apenas a quantidade de chuva que caiu, mas principalmente a velocidade com que cobriu tudo”, acrescentou o entregador, ao lado de vizinhos que também ficaram desabrigados.

Pelo menos 390 pessoas morreram e 352 estão desaparecidas no país, segundo um balanço atualizado pelas autoridades nesta segunda-feira.

As chuvas pararam nesta segunda-feira na capital Colombo, e as autoridades esperam uma redução do nível da água.

Alguns estabelecimentos comerciais reabriram as portas. Em Ma Oya, ao norte de Colombo, Hasitha Wijewardena disse que tentava limpar a residência após a inundação. “A água baixou, mas a casa está cheia de lama”, declarou.

As autoridades anunciaram que ainda avaliam a dimensão dos danos no centro do país, a área mais afetada, enquanto as equipes de emergência tentavam liberar as estradas bloqueadas.

O presidente do Sri Lanka, Anura Kumara Dissanayake, declarou estado de emergência e afirmou que se trata do “maior e mais difícil desastre natural” da história do país.

As perdas e os danos são os mais graves no Sri Lanka desde o tsunami de 2004, que matou cerca de 31 mil pessoas e deixou mais de um milhão de desabrigados.

Críticas na Tailândia

Selvi, 46 anos, moradora de Wennawatte, no subúrbio de Colombo, abandonou a própria casa inundada no domingo, levando quatro sacolas de roupas e outros pertences. “Minha casa está completamente inundada. Não sei para onde ir, mas espero encontrar um abrigo para onde possa levar minha família”, declarou à AFP.

No sul da Tailândia, as enchentes mataram 176 pessoas, informaram as autoridades nesta segunda-feira, em um dos fenômenos climáticos mais letais no país em uma década.

O governo enviou ajuda, mas a população criticou a resposta às inundações. Dois funcionários do governo foram suspensos devido à resposta inadequada.

Na Malásia, duas pessoas morreram em enchentes no estado de Perlis.

Grande parte da Ásia enfrenta, atualmente, a temporada anual de monções, que provoca chuvas fortes e geralmente causa deslizamentos de terra e inundações.

As mudanças climáticas aumentaram a intensidade das tempestades e das chuvas, pois uma atmosfera mais quente retém mais umidade.

*Com AFP

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