Nesta terça-feira (5), acontece oficialmente a votação decidir quem será o próximo presidente dos Estados Unidos: Donald Trump ou Kamala Harris. Por lá, o sistema de votos e o processo eleitoral acontece de forma diferente que no Brasil.
A Itatiaia preparou um guia com as informações mais importantes sobre a eleição americana. Confira:
Quantos partidos disputam as eleições?
O sistema político dos Estados Unidos é formado por dois grandes partidos: Democrata e Republicano. Há outras siglas menores e candidatos independentes, mas, normalmente, eles não conseguem ter força suficiente para avançar na disputa.
E lá tem segundo turno?
Não, o pleito é resolvido em primeiro turno, mesmo que nenhum dos candidatos alcance mais que 50% dos votos.
Como funciona o sistema de votação?
Ao contrário do Brasil, a disputa presidencial nos Estados Unidos é indireta. Isso significa que os eleitores não escolhem diretamente quem será o presidente. Quem elege, na verdade, é um Colégio Eleitoral formado por delegados, que, na prática, representam o voto dos eleitores.
Para ganhar as eleições no país, é preciso conquistar pelo menos 270 dos 538 delegados do Colégio Eleitoral. Cada estado tem um número específico de delegados, que varia de acordo com a população e o total de representantes do Congresso. A Califórnia, por exemplo, tem 54 delegados, enquanto a Dakota do Norte tem apenas três.
Lembrado que nos Estados Unidos o voto não é obrigatório. No último pleito, em 2020, apenas 62,8% da população americana que poderia votar (maiores de 18 anos) compareceu às urnas.
Winner-takes-all, “os vencedores levam tudo”
No Sistema Eleitoral americano, nem sempre o candidato que recebeu mais votos ganha a disputa. Quem receber mais votos de um estado, consegue “levar” os delegados da área. No entanto, nem sempre a força numérica de votos é suficiente para vencer as eleições.
Em 2016, por exemplo, Hillary Clinton concorria com Donald Trump. Ela obteve 3 milhões de votos a mais do que o empresário, mas ainda assim perdeu as eleições. Isso porque, na prática, Hillary conquistou apenas 232 delegados enquanto Trump ganhou 306.
A democrata venceu em estados grandes como Califórnia e Nova York, mas, mesmo com uma diferença pequena, o republicano venceu em estados-pêndulos, considerados decisivos. Na soma de tudo, Trump acabou levando a melhor.
Por que a votação acontece na terça-feira?
Historicamente, pela lei do país, as eleições sempre acontecem na terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro. O dia de votação não é considerado feriado, como acontece aqui no Brasil. Por isso, em diversos estados, as urnas são abertas semanas antes como uma forma de incentivar os eleitores a votarem.
Como os candidatos são escolhidos?
Aqui no Brasil, quando uma pessoa quer se candidatar em algum cargo político, como presidente, ele é escolhido pelo partido. Nos Estados Unidos, no entanto, os candidatos são escolhidos através de votações primárias.
Nas primárias, acontece uma série de eleições estaduais e depois uma nacional. Primeiro, cada estado vota para eleger um candidato que irá disputar a presidência. O vencedor geral recebe a “benção” do partido (democrata ou republicano).
Quais foram os debates?
Os candidatos dos democratas e republicanos se enfrentaram apenas duas vezes. Em junho deste ano, Trump e Biden debateram pela CNN. O encontro foi considerado por especialistas como desastroso para a campanha do atual presidente.
O segundo e último encontro foi entre Trump e Kamala pela ABC. No debate, o republicano chegou a ser desmentindo ao vivo pelos mediadores após dizer que imigrantes estavam se alimentando de pets em Springfield, em Ohio.
Quando sai o resultado?
Ao contrário do Brasil, em que o resultado demora apenas algumas horas depois do pleito, nos EUA o processo é mais demorado e pode durar dias.
Isso porque é preciso esperar até que todos os votos sejam contabilizados para definir quem será o vencedor. Como por lá o voto também pode ser feito de forma antecipada pelo “correio”, a apuração pode demorar um pouco mais.
A Itatiaia nos EUA
Em uma das eleições mais importantes da história, o repórter e apresentador Eustáquio Ramos está como enviado especial para acompanhar a apuração dos votos nos estados americanos.