Possível alvo dos EUA, Venezuela tem mais reservas de petróleo que o Iraque

Neste fim de semana, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, atribuiu a escalada da tensão dos EUA com o país ao desejo americano de controlar reservas de petróleo

Venezuela possui 303 bilhões de barris de petróleo bruto, cerca de um quinto das reservas globais

Os Estados Unidos acenam para um possível conflito contra a Venezuela, à medida que aumentam os ataques contra supostos barcos com drogas em águas internacionais no Caribe e no Pacífico. No último sábado (30), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou os EUA de tentarem se apoderar das reservas de petróleo do país por meio da força militar.

As acusações foram desmentidas pelo Departamento de Estado do país, que nega relação entre o petróleo e o envio de mais de uma dúzia de navios de guerra e 15 mil soldados americanos para a região. Conforme informações da Administração de Informação Energética dos EUA, a Venezuela possui 303 bilhões de barris de petróleo bruto, cerca de um quinto das reservas globais.

O país possui a maior reserva de petróleo bruto conhecida do planeta, embora a maior parte das pessoas associe grandes reservas de petróleo ao Oriente Médio ou ao Texas. O Iraque, por exemplo, possui 143,1 bilhões de barris de petróleo.

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Independente das intenções por trás da intensificação dos ataques, se uma mudança de regime ocorrer na Venezuela, os mais de 300 bilhões de barris de petróleo bruto podem desempenhar um papel central no futuro do país.

Fluxo de drogas

De acordo com o governo Trump, as ameaças militares fazem parte do esforço americano para conter o fluxo de drogas ilícitas da Venezuela. Contudo, especialistas apontam que a atuação do país equivale a execuções extrajudiciais, mesmo que tenham criminosos como alvos. Desde o início dos ataques, mais de 80 pessoas já morreram.

Nos últimos dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou que ataques terrestres poderiam ser iminentes e recomendou aviões a evitar o espaço aéreo venezuelano. “Estamos realizando esses ataques e vamos começar a realizá-los também em terra. Sabe, em terra é muito mais fácil, muito mais fácil”, destacou Trump.

O republicano, no entanto, não citou onde esses ataques ocorreriam.

Pote de ouro negro da Venezuela

O potencial da Venezuela supera a produção atual. O país produz cerca de 1 milhão de barris de petróleo por dia. A produção é considerável, mas representa apenas 0,8% da produção global de petróleo bruto.

A quantidade é menos da metade do que a Venezuela produzia antes de Maduro assumir o controle do país em 2013 e nem um terço dos 3,5 milhões de barris que bombeava antes da tomada do poder pelo regime socialista em 1999.

Além da falta de investimento e manutenções, as sanções internacionais contra o governo venezuelano e uma profunda crise econômica contribuíram para o declínio da indústria petrolífera do país.

Enquanto a infraestrutura energética da Venezuela se deteriora, a capacidade de produção de petróleo diminuiu drasticamente. A situação representa um problema específico já que o tipo de petróleo que a Venezuela possui exige equipamentos especiais e um alto nível de conhecimento técnico para ser produzido.

Por isso, alguns especulam que o petróleo pode ter influenciado a decisão do governo Trump de pressionar Maduro. Neste fim de semana, Maduro enviou uma carta ao secretário-geral da OPEP e alegou que o governo Trump quer se apropriar das reservas de petróleo de seu país.

“O petróleo está no centro da questão”, disse o presidente colombiano Gustavo Petro à CNN em entrevista exclusiva. “Portanto, trata-se de uma negociação sobre petróleo. Acredito que essa seja a lógica de Trump.”

Com CNN Internacional

(Sob supervisão de Lucas Borges)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas

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