Nesta terça-feira (5) acontecem as Eleições dos Estados Unidos 2024, com mais de 160 milhões de eleitores registrados, que estão aptos a votar. Porém, apenas 270 votos vão eleger quem será o próximo presidente. Isso acontece devido ao chamado “Colégio Eleitoral”. Por lá, Kamala e Trump travam uma disputa acirrada pela Casa Branca, e isso se traduz nas pesquisas de intenção de voto nos estados-chave da eleição.
Sendo assim, o novo presidente dos Estados Unidos não será eleito diretamente pelo voto da população. Quem o elege é, na verdade, um “Colégio Eleitoral”, formado por 538 delegados. A explicação para o país adotar esse sistema tem raízes históricas ainda no século XVIII, quando, no contexto da época, era praticamente impossível a realização de uma votação popular nacional para escolher um presidente.
Os 270 votos para vencer a eleição estão diretamente relacionados ao “Colégio Eleitoral”. Esse grupo, formado pelo conjunto de 538 delegados são nomeados para representar cada um dos 50 estados norte-americanos, além do Distrito de Colúmbia.
Nesta terça-feira (5), a votação dos milhões de eleitores que irão às urnas é classificada como “voto popular”. O candidato mais votado pela população não é necessariamente quem ganhará a eleição. Mas isso não significa que o voto dos eleitores comuns não seja importante.
É pelo voto popular que os 538 delegados vão se guiar para votar no “Colégio Eleitoral”. Em linhas gerais, o candidato que for mais votado pela população em um estado conquista todos os delegados daquele território. O Texas, por exemplo, tem 40 delegados, enquanto a Flórida tem 30.
É como se cada estado valesse um número exato de pontos. Ou seja, para ganhar as eleições, são necessários, pelo menos, 270 pontos — ou delegados.
Esse sistema de votação existe há mais de 200 anos nos Estados Unidos e funciona para criar um equilíbrio entre os interesses da população de cada região do país.
Como funciona o Colégio Eleitoral?
Atualmente, o Colégio Eleitoral dos Estados Unidos é composto por 538 delegados. Cada estado possui um número de representantes diferente, que varia conforme o tamanho da população e do número de parlamentares na Câmara e no Senado.
Resumidamente:
- Estados mais populosos tendem a ter mais delegados;
- Os menores não têm um peso tão grande, mas ainda podem ser decisivos;
Em linhas gerais, essa votação serve para a população indicar aos delegados daquele estado quem eles querem que seja o próximo governante. A exceção acontece apenas no estado do Maine e do Nebraska, que possuem divisões internas, o candidato mais votado pelo povo em cada estado leva todos os delegados daquela área — mesmo que a vitória seja apenas por um voto de diferença.
2. Por que nem sempre quem ‘ganha’ leva?
Com o sistema do Colégio Eleitoral, o candidato que for o mais votado de um estado leva todos os delegados da área. Isso vale mesmo que ele vença por apenas um voto de diferença. Desta forma, pode acontecer que um candidato tenha a maioria dos votos populares a partir do ponto de vista nacional, mas, na soma do Colégio Eleitoral, seja derrotado.
Em 2016, por exemplo, a candidata democrata Hillary Clinton teve quase 3 milhões de votos a mais do que o republicano Donald Trump na soma nacional. No entanto, ela conquistou apenas 232 delegados, enquanto Trump teve 306.
Isso aconteceu porque Hillary venceu com ampla vantagem em estados populosos, como a Califórnia e Nova York. Já Trump ganhou em estados-chave por uma margem de votos pequena e, na soma de todos os delegados da região, se saiu melhor.