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Após negar cessar-fogo, Israel continua bombardeios no Líbano e mata liderança do Hezbollah

Benjamin Netanyahu ordenou que as tropas israelenses continuassem a combater o grupo terrorista “com toda a força necessária”; autoridades libanesas já estimam 600 mortos no conflito, incluindo civis

Benjamin Netanyahu negou pedido de cessar-fogo na região

As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram a morte de Muhammad Hussein Srour, apontado como o chefe da unidade de drones do Hezbollah, durante um bombardeio em Beirute, capital do Líbano, nesta quinta-feira (26).

Segundo a FDI, Srour se juntou ao grupo terrorista na década de 1980 e já teve vários cargos dentro da organização. Como comandante do Comando Aéreo do Hezbollah, Srour teria dirigido “vários ataques terroristas aéreos, incluindo ataques de drones, mísseis de cruzeiro e veículos aéreos não tripulados direcionados a Israel”.

O ataque acontece no mesmo dia em que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou o cessar-fogo na região, e ordenou às suas tropas que continuassem a combater o Hezbollah “com toda a força necessária”.

“Continuaremos combatendo a organização terrorista Hezbollah com força total até a vitória e até o retorno seguro dos habitantes do norte às suas casas”, acrescentou o seu ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, na rede social X.

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O comunicado foi feito em resposta ao pedido dos Estados Unidos, França e outros aliados, incluindo os países árabes, para que Israel interrompesse os bombardeios por 21 dias. O cessar-fogo seria uma forma de “dar uma oportunidade à diplomacia”, segundo um comunicado divulgado pela Casa Branca.

Vídeo mostra momento que líder do Hezbollah é morto em bombardeio

Com a rejeição ao pedido, Israel continua os ataques ao Hezbollah, em território libanês, pelo quarto dia consecutivo. O grupo terrorista, por sua vez, também disparou projéteis contra complexos militares israelenses.

De acordo com a ONU, desde segunda-feira (23), os bombardeios israelenses já mataram 600 pessoas, incluindo muitos civis, e forçaram 90 mil a fugir das suas casas no Líbano. Nesta quinta-feira (26), ao menos 20 pessoas, quase todas de nacionalidade síria, morreram em um ataque israelense na cidade de Yunin, um reduto do Hezbollah no leste do Líbano, segundo autoridades de saúde libanesas.

"É indescritível, foi uma das piores noites das nossas vidas. Como se houvesse apenas um segundo entre a vida e a morte”, disse à AFP Fadia Rafic Yaghi, moradora da região, de 70 anos. “Há objetos voando sobre a sua cabeça e você não sabe se vão cair sobre você ou não”, acrescentou a mulher, que afirma que “ainda há pessoas sob os escombros”.

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O governo de Israel informou que seus aviões atacaram 75 alvos do Hezbollah no sul e leste do Líbano durante esta noite. Ainda de acordo com a FDI, 45 projéteis do grupo terrorista foram disparados a partir do Líbano. Alguns foram interceptados e outros caíram em áreas desabitadas em Israel.

Como o conflito surgiu?

Israel e o Hezbollah trocam disparos há meses, mas o confronto se intensificou depois de milhares de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah explodirem nos dias 17 e 18 de setembro. O Hezbollah, aliado do Hamas, promete continuar combatendo Israel “até o fim da agressão em Gaza”. O Irã garantiu que apoiaria o Líbano “por todos os meios” no caso de uma escalada.

Este conflito eclodiu com o ataque do Hamas em 7 de outubro, que deixou 1.205 mortos em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses que inclui reféns que morreram no cativeiro em Gaza. Das 251 pessoas raptadas, 97 permanecem em Gaza, 33 das quais foram declaradas mortas pelo Exército.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já deixou 41.495 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

*Com informações de AFP


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.