Apesar de
A aproximação de João Paulo com a Eagle - que rompeu com John Textor neste ano devido aos acontecimentos no Lyon -, demonstra uma mudança na postura do clube associativo, que, apesar de ser dono de 10% das ações da SAF, precisa autorizar mudanças significativas. Até então,
No dia 29 de setembro, o Conselho Deliberativo do Botafogo teve reunião suspensa após representante da SAF não responder os questionamentos feitos. Além disso, Durcesio Mello, mandatário na época da assinatura da SAF e “braço-direito” de Textor no clube, não compareceu. Assim, a reunião foi adiada para a próxima terça, dia 14 de outubro.
Em entrevista ao “ge”, John Textor falou sobre a atual situação do clube, tratando como “rumores” a reunião de João Paulo Magalhães Lins com outros dirigentes da Eagle Holding.
“Não gosto de comentar rumores, mas esse reverberou muito, então, eu vou falar. Essa notícia é baseada em nada. Não tem como ter uma reunião da Eagle sem eu estar envolvido. Vou explicar como tudo funciona. Sou o sócio majoritário da Eagle Football Holdings, essa empresa é dona de uma sub-empresa chamada Eagle Football Holdings MIDCO, eu sou o único diretor dela. E ela é a sócia da Eagle BIDCO, que é ligada aos clubes. A diretoria (da BIDCO) tem eu, Mark Affolter, da Ares, e Chris Mallon. Haverá mudanças nesse grupo em breve, mas eu continuarei no grupo”, iniciou.
“João Paulo comanda o clube social, eles têm várias opiniões. Eles têm 10% do Botafogo, estão sempre convidados para colaborar quando quiserem, mas a Eagle Football tem 90%. Não somos o Vasco, isso não é a 777. Temos bons acionistas e a governança do clube está boa, não precisa de mudanças”, seguiu ao “ge”.
Fracasso em 2025
O momento conturbado fora de campo refletiu nos resultados do Botafogo dentro das quatro linhas em 2025. Após conquistar os títulos da Libertadores e do Brasileirão em 2024, o Alvinegro não correspondeu às expectativas. O elenco foi reformulado nas duas janelas de transferências e as apostas de John Textor nos técnicos, por ora, não foram certeiras.
O próprio empresário admite o “fracasso” do time na atual temporada, que terminará sem nenhum troféu dos sete torneios disputados.
“Começamos o ano muito mal. Tínhamos um treinador (Renato Paiva) que trouxe um sistema em que eu acreditava, mas acho que ele abandonou o sistema dele. Sofremos. Aqui estamos, quarto lugar, quinto lugar, com base em jogos a menos ou a mais… Estou feliz com o ano? Eu disse que seria um fracasso se não ganhássemos outro troféu. Então, foi um fracasso”, disse ao portal “ge”.
A ‘Família Eagle’
Em 2022, a Eagle Holding Football adquiriu 90% das ações da SAF do Botafogo, que passou a fazer parte da “Família Eagle”. Outros clubes faziam parte da rede de clubes do grupo: Crystal Palace-ING, Molenbeek-BEL e Lyon-FRA.
A ideia de John Textor para o grupo era a criação de uma parceria colaborativa, desde troca de dados e processos até transferências de jogadores e adoção do “caixa único” dos clubes.
John Textor fundou a Eagle Football, mas cedeu 40% das ações da holding para levantar recursos para a
O afastamento de Textor do Lyon
A crise financeira do Lyon resultou no
Em novembro de 2024,
Como parte da estratégia, John Textor foi afastado do comando do Lyon em 30 de junho.
Em 9 de julho, com Michele Kang - uma das investidoras para a compra do Lyon - na presidência e Michael Gerlinger como CEO,
A transferência da SAF do Botafogo
A decisão teve a aprovação do Conselho Administrativo da SAF do Botafogo, em reunião realizada em 17 de julho.
Eagle vê ação ilegal de John Textor
Para a Eagle Holding Football, a ação de John Textor é ilegal. A nova gestão do grupo vê a venda da SAF do Botafogo como um caminho viável, mas, entre as alegações, entende que há um conflito de interesses com o empresário sendo o “vendedor e o comprador” ao mesmo tempo. Há o temor de denúncias de fraude na operação.
A disputa chega na Justiça
Neste cenário, John Textor e a Eagle Holding Football levaram a disputa à Justiça. Em 31 de julho, uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro “congelou as ações de Eagle na SAF do Botafogo”, impedindo alteração societária que tire o empresário do controle do clube. É com base nesta decisão que John Textor segue no comando do Glorioso.
A Eagle, por sua vez, entrou com processo no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para impedir Textor de tomar decisões na gestão do Botafogo sem consultar a empresa além de suspender os efeitos das medidas aprovadas pelo Conselho Administrativo da SAF em 17 de julho, entre outras medidas.
‘Botafogo financiou a Europa, não o contrário’
O empresário afirmou “não temer” perder o controle da SAF, uma vez que ainda é sócio majoritário da Eagle. Além disso, reforçou que o Botafogo financiou o Lyon nas últimas temporadas.
“Botafogo financia a Europa, e não o contrário. Somos uma organização auditada por empresas do maior calibre, fizemos tudo isso para entrar no IPO, não há debate. Não há problema financeiro. Estamos financiando a Europa. Quero separar o Botafogo da parte europeia (Lyon), mas isso é a com diretoria da Eagle”, afirmou John Textor.
Segundo documentos do Botafogo, as receitas com as transferências de Luiz Henrique, Igor Jesus e Jair, negociados na atual janela de transferências, foram teriam sido repassados ao Lyon a fim de melhorar a situação financeira do clube francês. Há também informações sobre a venda de Savarino ao Lyon, mas o atleta segue atuando no Alvinegro.
Em nota publicada em 4 de agosto,
A SAF do Botafogo também confirma a “necessidade de reembolso” por parte do Lyon por valores anteriormente emprestados. Segundo o clube carioca, o montante chega a R$ 410 milhões. A direção francesa contesta o valor.