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John Textor dispara: ‘O Botafogo financiou o Lyon, não o contrário’

O empresário norte-americano, afastado do Lyon, fala sobre mudanças na Eagle Holding Football e garante que não há problema de caixa no Botafogo

John Textor no Estádio Nilton Santos: o investidor está mais presente no dia a dia do Botafogo

Afastado do comando do Lyon, John Textor está cumprindo a promessa de estar mais presente no dia a dia do Botafogo. Neste sábado (25), o empresário esteve no Nilton Santos, onde acompanhou o empate em 1 a 1 com o Corinthians. Após a partida pelo Brasileirão, Textor deu explicações sobre o momento do clube carioca e da Eagle Holding Football.

Questionado se o Botafogo teria um problema de fluxo de caixa - o clube ainda não divulgou o balanço de 2024 -, Textor garantiu que o Alvinegro está gerando receitas suficientes para, inclusive, financiar perdas financeiras do Lyon, da França.

“Vou falar claramente para todos. Botafogo está gerando uma quantia significativa de dinheiro e está financiando várias operações de perda do Lyon. Várias matérias que você lê na França que dizem que o Lyon pagou pelos títulos do Botafogo são erradas. Ganhamos dinheiro com títulos, vendas de jogadores e porque somos bons no negócio. Botafogo financia a Europa, e não o contrário. Somos uma organização auditada por empresas do maior calibre, fizemos tudo isso para entrar no IPO, não há debate. Não há problema financeiro. Estamos financiando a Europa. Quero separar o Botafogo da parte europeia (Lyon), mas isso é a com diretoria da Eagle”, afirmou John Textor.

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As mudanças na Eagle Holding

Proprietário do Botafogo desde 2022, John Textor é o acionista majoritário da Eagle Holding Football. A rede de clubes ainda engloba o Molenbeek, da Bélgica, e Lyon, da França.

O grupo passa por um momento de reestruturação. Recentemente, Textor vendeu as ações do Crystal Palace, da Inglaterra, que não tornou-se o “parceiro” desejado pelo empresário.

Após o Lyon conseguir evitar o rebaixamento para a segunda divisão francesa, John Textor afastou-se do comando do Lyon. O norte-americano entende que “ele era o problema”.

Confira, abaixo, mais respostas de John Textor:

O que mudaria no Botafogo neste cenário?
“Já administramos esse clube com um grau de autonomia muito grande. Então, não sei quanto mudaria. Teria a mesma liderança em mim e a mesma gestão e o clube. Não veríamos muitas mudanças na gestão, no estafe de futebol ou no time. Então, é realmente apenas uma questão do futuro a longo prazo mais do que qualquer impacto imediato.”

Está preocupado em perder o controle do Botafogo?
“Não estou. Sou o acionista majoritário da Eagle e a Ares é uma das investidoras. As mudanças na França confundiram todos. Está claro que cometi erros na França ao tentar ser um reformista. Acho que a Liga é problemática na França. Acho que a Federação está tentando assumir a Liga. Acho que o homem que dirige o DNCG tem muito poder. Eles não têm regras claras na França. É tudo arbitrário. É subjetivo. Acho que o que aconteceu na França é que os órgãos governamentais franceses queriam ver uma mudança de rosto porque se aposentaram. Ao ouvir falar de reforma. Eu defendi um modelo de Premier League onde não há DNCG. São apenas regras claras baseadas na contabilidade. Não é “nós gostamos do seu modelo de negócios, não gostamos do seu modelo de negócios”. Então, eu me sai voluntariamente porque sabia que eu era o problema com os órgãos governamentais.

Histórias são escritas depois do fato. Eu estava muito quieto porque queria que Michelle tivesse a oportunidade de ganhar o recurso (contra o rebaixamento). Isso era o mais importante. Minha posição, meu ego, nada disso era importante na França. Só precisávamos ganhar o recurso. Nós sempre fomos financeiramente sustentáveis. A UEFA já nos havia liberado. Em 20 de maio, o DNCG me olhou nos olhos com minha equipe e em uma audiência preliminar e disse que a rebaixamento estava fora de questão. Então, o que mudou entre 20 de maio e 24 de junho? Claramente, não era sobre o dinheiro, era sobre mim.

Isso cria muitas questões sobre minha estabilidade dentro da organização, mas eu ainda sou o detentor majoritário, ainda controlo a maioria dos assentos no conselho. Ares não tem direito de me substituir, e não querem. Então, no que diz respeito ao Botafogo, estamos estáveis, somos uma organização bem administrada, tivemos o melhor ano em 120 anos, nada está quebrado aqui. Michelle pode administrar a França, eu posso administrar o Brasil, temos uma boa família aqui, não estou preocupado.”

Posicionamento do clube associativo contra mudanças na SAF
“Eu não liguei e pedi ajuda (do clube associativo). Eu deixei claro que gostaria de comprar o Botafogo de volta e tirá-lo do Eagle. Eu ainda seria o detentor majoritário do Eagle, mas acho que o Botafogo deveria ser administrado separadamente.

Quando você quer vender, os diretores indicam que você se afaste para evitar conflito de interesse. Não é uma discussão, estamos conversando sobre comprar ou não o clube novamente. Quando isso chegou aqui (Brasil), o clube social disse que não queria mudanças e quer estabilidade depois de 35 anos de instabilidade. Fiquei impressionado. Mas o clube social deixou claro que não querem mudanças, que querem estabilidade, que passamos por 35 anos de instabilidade e temos um ótimo programa aqui. Fizemos grandes coisas juntos.

Então, eu fiquei impressionado com o clube social se manifestando e dizendo: “fale sobre isso o quanto quiser no Conselho do Eagle, mas o clube social não quer mudanças”. Então, eles deixaram isso claro. É uma conversa. Lembre-se, é uma conversa amigável que estou tendo com o conselho do Eagle, e eu sou o proprietário majoritário do Eagle. Então, realmente, é uma conversa sobre se devemos ou não administrar nosso clube junto com o Lyon ou administrá-lo separadamente do Lyon. E é uma discussão dentro da família. Se eu acho que este clube deve ser administrado separadamente, e essa é minha opinião ao Conselho, que é formado por maioria dos diretores do Eagle são todas pessoas que eu nomeei.”

O que mudaria no Botafogo neste cenário?
“Já administramos esse clube com um grau de autonomia muito grande. Então, não sei quanto mudaria. Teria a mesma liderança em mim e a mesma gestão e o clube. Não veríamos muitas mudanças na gestão, no estafe de futebol ou no time. Então, é realmente apenas uma questão do futuro a longo prazo mais do que qualquer impacto imediato.”

Parceria com Marinakis?

Após fechar as vendas de Igor Jesus e Jair, vendidos ao Nottingham Forest, e Danilo, reforço do Botafogo, John Textor falou sobre a parceria com Evangelos Marinakis, investidor grego.

Após a venda das ações do Crystal Palace, que não foi o “parceiro desejado” com o Glorioso, o proprietário da SAF alvinegra destaca a importância de “criar o fluxo” para a Premier League.

"É mais importante para o Botafogo o que está acontecendo com o Palace do que está acontecendo no Lyon (...) Seja pela aquisição de um clube menor ou pela colaboração com alguém que você é amigo, temos que criar um caminho para brasileiros para a Premier League. Isso fará o Botafogo ter sucesso no recrutamento de jogadores, que ganharão campeonatos pelo Botafogo”.

Jornalista e correspondente da Itatiaia no Rio de Janeiro. Apaixonado por esportes, pela arquibancada e contra torcida única.