A decisão do Partido Novo de utilizar os recursos do fundo eleitoral nas disputas municipais desde ano não soa como contradição para Luísa Barreto, pré-candidata da legenda à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Secretária de Planejamento e Gestão do governo de Minas Gerais, Luísa afirma que a decisão de lançar mão da verba de financiamento público de campanha é parte da “evolução” do partido rumo a um aumento da competitividade eleitoral.
No ano passado, o Novo já havia dado aval ao uso dos rendimentos do fundo partidário,
“O Partido Novo passa por uma evolução, uma modernização, mas não abandona alguns princípios. Os princípios mais importantes o Novo mantém: uma gestão pública correta, sem corrupção, séria e profissional. Efetivamente, o que se percebe é que, para fazer política no país, a gente precisa entrar para a política. Conversar, dialogar mais, fazer alianças e utilizar, também, os recursos que estão disponíveis e todos os partidos utilizam — e trazer, com isso, melhores oportunidades de disputa”, diz Luísa, em entrevista à Itatiaia.
A secretária do governo Zema participou da série de entrevistas com lideranças que se posicionaram como pré-candidatos à Prefeitura de BH. Ela acredita que o Novo não perderá adesão de setores da sociedade por causa da decisão de lançar mão do fundo eleitoral.
“O eleitor do Partido Novo vai continuar a ter governos e pessoas que vão defender que o recurso público deve ser usado prioritariamente para aquilo que gera benefício ao cidadão. Governos que são eleitos, formados e trabalham para que as pessoas sejam melhor atendidas. (Governos) formados por lideranças que entendem que o recurso público não é para benefício próprio, mas para fazer política pública. Isso não mudou no Partido Novo. Não é o uso do fundo eleitoral ou do fundo partidário que vai mudar essa visão”, assinala.
Aposta em Zema e conversas por alianças
Embora Zema seja constantemente cortejado por lideranças de outros partidos, Luísa Barreto crê no apoio do governador na eleição belo-horizontina.
“A importância de tê-lo no meu palanque é porque precisamos demonstrar que Belo Horizonte pode crescer muito com um diálogo efetivo entre prefeitura e governo de Minas. A gente vê que o atual prefeito, em vários momentos, recusa esse diálogo e não quer se colocar como liderança efetiva de nossa cidade. Essa proximidade com o governo de Minas e com o governador Zema ajudará muito a cidade a andar para a frente”
De acordo com a pré-candidata — que disputou a prefeitura quatro anos atrás, sob a bandeira do PSDB — o Novo tem conversado com outras forças políticas sobre alianças. Como já mostrou a Itatiaia, dirigentes do partido acreditam ser possível firmar acordos com partidos da centro-direita à direita, que caminham com Zema na Assembleia Legislativa.
O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, é uma das siglas que estão na base aliada do governador. Apesar disso, uma união ao PL na eleição belo-horizontina é, nos bastidores,
Segundo Luísa, mesmo com uma possível ausência de aliança entre Novo e PL em BH, as legendas devem continuar mantendo boa relação.
“A gente respeita muito o Partido Liberal. Respeito o deputado Bruno Engler, que apresenta suas propostas, mas tem visões diferentes e uma experiência muito diferente — ele é deputado e eu sou gestora pública. Continuaremos conversando. Não tenho dúvidas de que, na Assembleia Legislativa, nada muda com isso”, projeta.