Ouvindo...

Pré-candidata do Novo à PBH minimiza uso do fundo eleitoral e espera Zema no palanque

Luísa Barreto não descarta alianças com outros partidos e vê governador como trunfo na campanha eleitoral de outubro

Luísa Barreto participou de entrevista promovida pela Itatiaia

A decisão do Partido Novo de utilizar os recursos do fundo eleitoral nas disputas municipais desde ano não soa como contradição para Luísa Barreto, pré-candidata da legenda à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Secretária de Planejamento e Gestão do governo de Minas Gerais, Luísa afirma que a decisão de lançar mão da verba de financiamento público de campanha é parte da “evolução” do partido rumo a um aumento da competitividade eleitoral.

No ano passado, o Novo já havia dado aval ao uso dos rendimentos do fundo partidário, outra poupança pública voltada às agremiações políticas. Em 2022, o partido, que tinha o costume de lançar chapas puro-sangue, viu sua principal liderança, o governador mineiro Romeu Zema, ser apoiado por outros nove partidos. Para este ano, Luísa espera ter Zema como cabo eleitoral.

“O Partido Novo passa por uma evolução, uma modernização, mas não abandona alguns princípios. Os princípios mais importantes o Novo mantém: uma gestão pública correta, sem corrupção, séria e profissional. Efetivamente, o que se percebe é que, para fazer política no país, a gente precisa entrar para a política. Conversar, dialogar mais, fazer alianças e utilizar, também, os recursos que estão disponíveis e todos os partidos utilizam — e trazer, com isso, melhores oportunidades de disputa”, diz Luísa, em entrevista à Itatiaia.

Leia também

A secretária do governo Zema participou da série de entrevistas com lideranças que se posicionaram como pré-candidatos à Prefeitura de BH. Ela acredita que o Novo não perderá adesão de setores da sociedade por causa da decisão de lançar mão do fundo eleitoral.

“O eleitor do Partido Novo vai continuar a ter governos e pessoas que vão defender que o recurso público deve ser usado prioritariamente para aquilo que gera benefício ao cidadão. Governos que são eleitos, formados e trabalham para que as pessoas sejam melhor atendidas. (Governos) formados por lideranças que entendem que o recurso público não é para benefício próprio, mas para fazer política pública. Isso não mudou no Partido Novo. Não é o uso do fundo eleitoral ou do fundo partidário que vai mudar essa visão”, assinala.

Aposta em Zema e conversas por alianças

Embora Zema seja constantemente cortejado por lideranças de outros partidos, Luísa Barreto crê no apoio do governador na eleição belo-horizontina.

“A importância de tê-lo no meu palanque é porque precisamos demonstrar que Belo Horizonte pode crescer muito com um diálogo efetivo entre prefeitura e governo de Minas. A gente vê que o atual prefeito, em vários momentos, recusa esse diálogo e não quer se colocar como liderança efetiva de nossa cidade. Essa proximidade com o governo de Minas e com o governador Zema ajudará muito a cidade a andar para a frente”

De acordo com a pré-candidata — que disputou a prefeitura quatro anos atrás, sob a bandeira do PSDB — o Novo tem conversado com outras forças políticas sobre alianças. Como já mostrou a Itatiaia, dirigentes do partido acreditam ser possível firmar acordos com partidos da centro-direita à direita, que caminham com Zema na Assembleia Legislativa.

O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, é uma das siglas que estão na base aliada do governador. Apesar disso, uma união ao PL na eleição belo-horizontina é, nos bastidores, vista como algo distante. O pré-candidato da agremiação liderada por Bolsonaro é o deputado estadual Bruno Engler.

Segundo Luísa, mesmo com uma possível ausência de aliança entre Novo e PL em BH, as legendas devem continuar mantendo boa relação.

“A gente respeita muito o Partido Liberal. Respeito o deputado Bruno Engler, que apresenta suas propostas, mas tem visões diferentes e uma experiência muito diferente — ele é deputado e eu sou gestora pública. Continuaremos conversando. Não tenho dúvidas de que, na Assembleia Legislativa, nada muda com isso”, projeta.


Participe dos canais da Itatiaia:

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.