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Partido Novo pretende usar verbas acumuladas do fundo partidário; valor chega a R$ 106 milhões

Em fevereiro, Diretório Executivo do Novo aprovou resolução que permite uso de verbas públicas em campanha

Partido Novo alterou diretriz que proibia uso de recursos públicos em campanhas eleitorais

Com a decisão de rever a proibição do uso de recursos públicos em campanhas eleitorais, o Partido Novo terá disponível a partir de agora um montante de cerca de R$ 106 milhões para custear salários, passagens e custos da sigla.

O valor representa o acumulado do fundo partidário que o Novo recebeu desde 2015, quando o partido foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), destinado aos custos operacionais das siglas.

Desde sua fundação, o Novo não usava os recursos do fundo partidário, uma vez que uma diretriz da sigla proibia o uso de recursos públicos para atividades partidárias e para campanhas eleitorais.

O Novo recebe cerca de R$ 2,3 milhões, mensalmente, do fundo partidário, e os recursos não podem ser devolvidos ao TSE, ficando retido no caixa da legenda.

O montante do fundo partidário que está disponível para o Novo não contabiliza os valores do fundo eleitoral, que são destinados aos partidos durante os anos de eleição. Sem usar o fundo eleitoral nas últimas eleições, os valores são devolvidos à União.

A partir deste ano, no entanto, o Novo vai usar também o fundo eleitoral na campanha para as prefeituras.

Durante a convenção do Novo, em fevereiro, o Diretório Nacional do partido aprovou por unanimidade o uso do fundo eleitoral para a campanha de 2024.

“Nosso partido se profissionalizou e muitas dessas mudanças são o espelho da vontade dos membros do Novo em querer ser um partido mais forte, que tenha representatividade em todos os estados brasileiros, para defender a boa política. Queremos eleger mais pessoas, inclusive, para evitar que as verbas públicas destinadas a partidos continuem crescendo de forma desordenada”, afirmou o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro durante o encontro.

Com a autorização do uso de recursos públicos em campanhas, a estratégia do Novo será gastar todo o recurso em caixa para as próximas eleições até 2026. Dessa forma, a sigla poderá evitar os resultados pífios que teve nas urnas em 2022, com a eleição de apenas três deputados federais.

A ideia é conseguir eleger deputados em 2026 para que o Novo supere a cláusula de barreira - regra que, na prática, define a existência dos partidos políticos no Brasil.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.