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CPMI do INSS vota nesta terça (16) convocação de familiares e sócios do ‘Careca do INSS’

Comissão reage ao cancelamento do depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes e vota seis requerimentos para ouvir testemunhas já na quinta (18)

Comissão da CPMI vota para convocar familiares e sócios de ‘Careca do INSS’

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS volta a se reunir nesta terça-feira (16), às 14h, para votar a convocação de seis novas testemunhas.

Os nomes estão diretamente ligados a Antônio Carlos Camilo, conhecido como “Careca do INSS”, e ao empresário Maurício Camisotti, presos sob acusação de comandar fraudes milionárias em descontos sobre benefícios previdenciários.

A medida foi articulada após os dois investigados se recusarem a depor ao colegiado, o que levou ao cancelamento da sessão marcada para esta segunda-feira. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), disse que a decisão é uma resposta política à falta de compromisso das defesas.

De acordo com ele, a convocação foi definida em acordo entre parlamentares da base e da oposição. “A CPMI precisa reagir à postura dos investigados, que ignoraram os entendimentos feitos com a comissão”, afirmou.

Quem deve depor na quinta-feira (18), às 9h:

  • Tânia Carvalho dos Santos – esposa e sócia de Camilo
  • Romeu Carvalho Antunes – filho e sócio de Camilo
  • Rubens Oliveira Costa – sócio de Camilo
  • Milton Salvador de Almeida Júnior – sócio de Camilo
  • Cecilia Montalvão – esposa de Camisotti e sócia de empresa que atuou na modernização da Previdência
  • Nelson Willians – advogado com movimentações financeiras suspeitas envolvendo Camisotti
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Reação interna

O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), destacou que todos os convocados entram inicialmente na condição de testemunhas. No entanto, essa classificação pode mudar dependendo das respostas prestadas. Gaspar responsabilizou os próprios investigados por envolverem familiares e sócios nos esquemas. “Foram eles que expuseram os parentes ao sistema criminoso”, afirmou.

Já o vice-presidente da comissão, deputado Duarte Jr. (PSB-PI), reforçou que a presença é obrigatória, mesmo que os convocados tenham o direito de permanecer em silêncio. “Ninguém é obrigado a produzir prova contra si, mas a lei não permite que simplesmente deixem de comparecer. A CPMI está cumprindo o papel que a Constituição lhe garante”, disse.

Contexto

A CPMI foi criada para investigar denúncias de um esquema de fraudes em aposentadorias e pensões que teria movimentado milhões de reais, atingindo milhares de beneficiários do INSS. Camilo é apontado como operador central das irregularidades, enquanto Camisotti teria usado empresas ligadas ao setor para dar suporte às operações.

A expectativa dos parlamentares é de que a sessão de quinta-feira seja decisiva para identificar não apenas os responsáveis diretos pelas fraudes, mas também eventuais articulações políticas que possam ter dado sustentação ao esquema.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.