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Ações da Cemig e Copasa despencam após proposta de federalização ganhar força em Brasília

Governador Romeu Zema disse estar ‘de acordo’ com proposta de repassar estatais mineiras ao controle da União

Ações da Cemig chegaram a cair 14% com repercussão sobre federalização da estatal

O mercado financeiro reagiu mal à repercussão da proposta que prevê que empresas estatais mineiras, como a Copasa e a Cemig, sejam repassadas ao governo federal.

Por volta das 16h30, as ações da Copasa caíam cerca de 9%, valendo R$ 16,99 - patamar semelhante ao do início do mês. No caso da Cemig, a queda foi ainda maior: 14%, com os papéis custando R$ 10,76, mesmo número de março deste ano.

Em Brasília, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse estar “de acordo” com a proposta de federalização das companhias mineiras em troca do abatimento da dívida do estado com a União que, hoje, está na casa dos R$ 160 bilhões.

Zema se encontrou, no início da tarde desta quarta-feira (22), com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para tratar do assunto e tem uma agenda marcada com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) sobre o mesmo tema.

Federalização da Cemig e Copasa

A proposta de federalizar empresas estatais, como a Codemig, Cemig e Copasa, das quais o Governo de Minas tem controle acionário, foi citada pelo senador como uma “alternativa” ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), defendido pela gestão de Zema desde o início do seu primeiro mandato. No final de outubro, o governo Zema enviou um ofício ao ministério comandado por Haddad para consultar a pasta sobre a federalização da Codemig.

Nas últimas semanas, com a tramitação da proposta que pede autorização aos deputados estaduais para que o estado de Minas possa aderir ao RRF, outros personagens entraram no debate.

Há cerca de uma semana, Pacheco se reuniu com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Tadeu Martins Leite (MDB) para tratar do assunto. Ambos criticaram o plano de Zema ao dizer que ele penaliza o funcionalismo público e que não resolve o problema da dívida. Conforme estimativas sobre o Plano de Recuperação Fiscal, apesar dos nove anos de duração - em que o estado teria condições mais facilitadas para pagar as prestações da dívida - o débito saltaria de R$ 160 bilhões para R$ 210 bilhões.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.