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Após polêmica do déficit zero, Padilha volta a defender sintonia entre Lula e Haddad

Ministro chamou de especulação financeira ilações sobre falta de sintonia e disse: ‘vão perder dinheiro’. Fala foi depois de uma reunião demorada no Planalto em que também estava o ministro Fernando Haddad

Ministro Alexandre Padilha

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, defendeu, nesta segunda-feira (27), após uma reunião ministerial no Palácio do Planalto, que há sintonia entre a política econômica desenvolvida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula. A afirmação veio após ser questionado pelas afirmações do presidente, no café da manhã com jornalistas na sexta-feira (27), em que Lula disse que o país não precisa alcançar déficit zero [sobre as metas propostas no novo Arcabouço Fiscal ] porque não pode paralisar obras importantes pelo ajuste fiscal proposto inicialmente pela equipe econômica.

As afirmações do presidente causaram queda na bolsa de valores e o mal-estar do mercado foi criticado por Padilha. O ministro disse que quem faz esse tipo de questionamento quer especular e vai perder econômica e politicamente. “Quem quiser fazer especulação financeira de que não tem sintonia entre a política econômica do governo que é liderada pelo presidente Lula e conduzida pelo ministro Fernando Haddad vai perder dinheiro de novo. Quem quiser fazer especulação política, como fizeram no primeiro semestre, vai ser derrotado politicamente. Tem uma profunda sintonia porque é uma política econômica liderada pelo presidente Lula que é a principal marca da combinação da responsabilidade socioambiental com a responsabilidade fiscal”, afirmou Padilha.

O ministro das Relações Institucionais fez questão ainda de destacar o envolvimento do governo para aprovação do projeto de lei que prevê a taxação dos fundos offshroes (investimentos no exterior) e dos fundos exclusivos, conhecidos como fundos dos super-ricos, para aumentar a arrecadação do governo e garantir maior equilíbrio do orçamento e a saúde das contas públicas.

Padilha também afirmou que o projeto que mantém a desoneração da folha de pagamentos para empresas de 17 setores da economia, assim que chegar, vai ser avaliado e deve ter veto do presidente por problemas relacionados à constitucionalidade. “Certamente vai ter essa análise pelos ministérios - Ministério da Justiça, AGU, Ministério da Fazenda, Planejamento. Mas o próprio líder do governo no Congresso disse que não existia compromisso com a sanção porque [...]tem inconstitucionalidade naquelas medidas” considerou.

Repórter da Itatiaia em Brasília