Técnicos da Fazenda vão analisar possível pedido de Zema por federalização da Codemig

O Ministério da Fazenda emitiu comunicado nesta terça-feira (24) para informar que, caso a equipe de Romeu Zema (Novo) proponha o repasse, ao governo federal da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), a ideia será analisada por suas áreas técnicas. Mais cedo, o secretário de Estado de Fazenda de Minas, Gustavo Barbosa, disse que vai propor, ao gabinete do ministro Fernando Haddad (PT), a entrega da estatal à União como forma de abater parte da dívida pública estadual.

O passivo de Minas Gerais junto à União gira em torno de R$ 160 bilhões. Para refinanciar o débito, a equipe econômica de Zema reivindica a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

O plano de amortização do débito prevê a venda da Codemig à iniciativa privada. A ideia de federalizar a empresa, responsável por explorar jazidas de nióbio em Araxá, no Alto Paranaíba, passou a ser aventada por deputados estaduais de oposição como opção para aliviar os problemas de caixa do estado. Há, ainda, quem defenda a possibilidade de o governo mineiro retomar o controle da estatal após a quitação da dívida.

“Com relação à Codemig, não há problema nenhum. Assumo o compromisso de mandar um ofício amanhã, à STN, oferecendo para abater a dívida. Problema zero. Agora, tem um detalhe: a STN tem de aceitar. O Ministério da Fazenda tem de aceitar. Não há problema nenhum. A gente faz isso. Federaliza”, disse Gustavo Barbosa, durante audiência pública na sede da Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte.

Diante da fala de Barbosa, a Itatiaia procurou o Ministério da Fazenda para tratar da possibilidade de federalização da Codemig.

“Eventuais pedidos direcionados ao Ministério da Fazenda serão analisados pelas áreas técnicas competentes”, respondeu a assessoria de comunicação da pasta.

Nas contas da oposição a Zema, a Codemig vale pelo menos R$ 70 bilhões.

“Precisamos, urgentemente, visitar o ministro Haddad e os técnicos da Secretaria do Tesouro Nacional. O secretário nos deu esperança que o governo (de Minas Gerais) pode aceitar essa ideia”, apontou o deputado Professor Cleiton, do PV.