O economista José Prata, um dos fundadores do PT e da CUT em Minas, divulgou neste domingo (3), uma nota rebatendo críticas que recebeu dos deputados Ulysses Gomes (PT) e Cristiano Silveira (PT) sobre a adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
Prata fez um discurso no sábado (2) - durante visita da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, em Contagem - defendendo que o governo de Minas precisa discutir a adesão ao RRF e negociar os termos do programa com o governo federal. Ele classificou o programa, defendido pelo governador Romeu Zema (Novo), como “Regime de Recuperação do Lula”, uma vez que o governo petista fez mudanças nas regras de adesão ao programa.
A fala rendeu críticas dos deputados petistas, que citaram a posição de José Prata durante uma plenária com militantes petistas.
“Vamos precisar da militância para enfrentar o arrocho fiscal do governo Zema, que vem na forma de um regime de recuperação fiscal. Inclusive, venho aqui alertar, precisamos conversar mais porque tem companheiro que não está entendendo a gravidade do regime de recuperação fiscal. O companheiro Zé Prata fez uma fala que me preocupou muito. Ele acha que o PT está equivocado em enfrentar o RRF”, afirmou Cristiano Silveira, presidente do PT no estado.
‘Distorceram falas’
Por meio de nota, divulgada neste domingo, o economista petista rebateu as falas de seus correligionárias e afirmou que os deputados “distorceram suas falas”.
“Meus companheiros de partido, Ulysses Gomes e Cristiano Silveira, distorceram minha fala no Encontro. Na mídia deixam a entender que eu defendo o Regime de Recuperação Fiscal – RRF de Romeu Zema. Isto é uma distorção absurda de minha fala. Cristiano estava presente e me interpretou mal e Ulysses sequer estava presente para ouvir meus argumentos. Mas eu conheço a posição dos dois, pois estive no Encontro do Diretório do PT Minas onde o RRF foi debatido”, afirmou.
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Prata defendeu que o PT precisa debater se vai ou não apoiar o plano de recuperação qeu foi sinalizado pelo ministro Fernando Haddad. “Ele conhece o assunto, pois como prefeito renegociou, com um grande desconto, a dívida da Prefeitura de São Paulo; mas que não tem ajuste fiscal definitivo de Minas com medidas paliativas apenas, é preciso um “perdão” de parte expressiva da dívida do Estado; e sou radicalmente contra a execução da dívida de Minas com base na legislação ultraliberal dos governos anteriores”, continuou o economista.
“Minha indignação foi motivada, e quem estava no Encontro pode confirmar isto, com o fato do Ministério da Fazenda, há poucas semanas atrás, ter cobrado do governo Romeu Zema, uma dívida de quase R$ 15 bilhões, em um único pagamento, porque Minas não cumpriu os ‘os prazos de adesão à recuperação fiscal’. Inacreditável! Se Fernando Haddad já sinalizou mudanças no regime de Recuperação Fiscal, tirando, por exemplo, as exigências de privatizações e de super arrocho aos servidores, porque cobrar Minas com base na legislação ultraliberal do governo anterior? Nossa companheira Gleisi Hoffmann, em diálogo comigo, afirmou com que as mudanças propostas pelo governo federal precisam ser aprovadas pelo Parlamento. Ora, existem caminhos para se evitar aplicar a legislação anterior: seja pela via administrativa ou mesmo fazer um recurso à Justiça para ampliar o prazo de adesão, como fez o STF dando novo prazo para Minas Gerais até dezembro”, afirmou Prata.