A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, que investiga supostas operações fraudulentas de empresas de gestão de criptomoedas, aprovou nesta quinta-feira (3) a convocação de diversas personalidades para prestarem depoimento ao colegiado.
Dentre elas estão o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis, os jogadores Willian Bigode e Gustavo Scarpa, o apresentador de TV Marcelo Tas e os artistas Cauã Reymond e Tatá Werneck.
Ao todo, 62 requerimentos pedindo convocação de diversas pessoas foram aprovados na sessão.
O pedido de convocação de Ronaldinho Gaúcho e Assis partiu do deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ), que cita “suspeitas de envolvimento em fraudes com investimentos em criptomoedas” da empresa 18K Ronaldinho, que pertence a ambos, além do sócio Marcelo Lara e o gestor de operações internacionais da empresa, Bruno Rodrigues.
A empresa do ex-jogador do Atlético esteve envolvida em denúncias de fraude nos últimos anos ao prometer retorno financeiro de 400% no investimento em criptomoedas. Em 2020, Ronaldinho se tornou réu em uma ação coletiva que pedia devolução de valores da ordem de R$ 300 milhões.
O jogador Gustavo Scarpa, ex-Palmeiras e que atua, hoje, no Nottingham Forest, da Inglaterra, Willian Bigode, do Athletico Paranaense e Mayke, do Palmeiras, também foram convidados para prestar depoimento à comissão. Eles tiveram seus nomes associados à empresa XLand Holding, acusada de estelionato ao depositar os lucros prometidos aos investidores.
O caso foi parar no noticiário depois que Scarpa disse ter sido vítima de um golpe milionário e citou Bigode como uma espécie de intermediário com a empresa. Ele ainda tentou, na Justiça, penhorar 30% do salário do ex-jogador do Cruzeiro, mas a decisão foi negada. Mayke também teria sido vítima no esquema.
Além dos três, o sócio da XLand Holding, Gabriel Nascimento, também foi convocado.
O deputado federal Delegado Paulo Bilinskyj apresentou dois requerimentos para a convocação, como investigados, dos artistas Cauã Reymond e Tatá Werneck, além do apresentador de TV Marcelo Tas. Os três fizeram propaganda para a empresa Atlas Quantum, também investigada em fraudes.
“Essas campanhas, aparentemente bem-sucedidas, tiveram o poder de influenciar e induzir milhares de pessoas a acreditarem na empresa, que, entretanto, revelou-se ser uma pirâmide financeira”, diz trecho do requerimento aprovado na sessão desta quinta.