A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, com perceptiva estável. Segundo o Tesouro Nacional, a decisão da agência vai ao encontro dos esforços do governo para fortalecer o ambiente econômico e promover a consolidação fiscal.
Em 2018, durante o governo de Michel Temer (MDB), o Brasil teve a nota de crédito rebaixada. A piora no nível de confiabilidade do país aconteceu em meio à uma crise nas contas públicas. Agora, a decisão da Fitch coloca o país a duas posições do grau de investimento - que significa que o país é um bom pagador, ou seja, consegue honrar seus compromissos financeiros.
Com a nota BB, o Brasil adquiri o chamado “grau especulativo”, ou seja, as agências de risco entendem que o país está menos vulnerável ao risco em operações de curto prazo, mas ainda enfrenta incertezas no longo prazo.
De acordo com o Tesouro Nacional, a melhora na nota leva em consideração ações já tomadas e a expectativa com a agenda de reformas econômicas. No início do mês, a Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno a Reforma Tributária. Agora, o texto segue para o Senado.
Em nota, o Ministério da Fazenda disse que “reitera seu compromisso com a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços”.
“Serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país”, diz trecho da nota.
Agência projeta crescimento do PIB
A Fitch projeta um crescimento do PIB real de 2,3%, em 2023. Antes, a previsão apontava um aumento de 0,7%. A análise também aponta um crescimento estrutural de 2,0% ao ano no médio prazo. Segundo a agência, avanço nas reformas mencionadas podem levar a números ainda melhores.
Como a melhora na nota de crédito impacta o Brasil?
As agências de crédito avaliam a capacidade e a disposição de um país em honrar, pontual e integralmente, os pagamentos de sua dívida. O aumento da nota de crédito do Brasil significa que ele está mais confiável a honrar seus compromissos do que antes.
Essa é uma informação relevante para os investidores. Eles avaliam onde irão colocar o seu dinheiro, baseado no risco de país. Quanto melhor a nota e mais estável um país é, maiores as chances de receber capital estrangeiro.
A entrada dos investimentos no país quer dizer mais dólar internamente. Portanto, a expectativa do mercado é que a nova nota da Fitch acentue ainda mais a queda do dólar frente ao real. Nesta quarta-feira (26), a moeda americana já abriu em queda.
Segundo a Fitch, a elevação da nota de crédito é sustentada pelo tamanho e a diversidade da economia brasileira. A agência também elenca como pontos positivos a alta renda per capita, profundos mercados domésticos, um grande colchão de caixa que permite a flexibilidade de financiamento do país e sua alta parcela da dívida em moeda local.