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Câmara dos Deputados aprova reforma tributária em 1º turno

Proposta ainda tem que ser aprovada em segundo turno, antes de ser encaminhada ao Senado Federal

Câmara dos Deputados aprovou, em 1º turno, a PEC da Reforma Tributária

A Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária. Foram 382 votos favoráveis e 118 votos contrários em sessão realizada nesta quinta-feira (6). Três deputados se abstiveram.

A proposta substitui cinco tributos federais, estaduais e municipais (IPI, Pis, Cofins, ICMS e ISS) por outros dois: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que é federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de caráter estadual e municipal. Uma Lei Complementar, que será apresentada e votada posteriormente, deverá definir a alíquota dos impostos.

A reforma tributária também cria o chamado Conselho Federativo, órgão autônomo, que terá representantes de Estados e municípios, e centralizará a arrecadação e a distribuição dos impostos arrecadados.

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O relator da reforma tributária, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) disse que esse é um “momento histórico”.

“Com diz aquele adágio popular: sem saber que era impossível, foi lá e fez”, disse na tribuna da Câmara.

“Estamos construindo um país. A reforma tem a participação de muitos atores, muitos que fizeram no passado, que não estão entre nós, e tantos outros que brigaram pensando em construir um país melhor. Essa reforma é uma reforma que eu comecei a discutir com o então presidente Bolsonaro, o ex-ministro Paulo Guedes e o que estávamos querendo ali era construir o mesmo país. Não é o país que olha para a direita, ou para a esquerda, mas que olha para frente”, completou.

Antes da votação do texto, deputados derrubaram um requerimento que pedia o adiamento das discussões. Foram 357 votos contrários à suspensão das discussões e 133 a favor.

O deputado do partido Novo, Marcel Van Hattem, do Rio Grande do Sul, disse ter se sentido desrespeitado com a inclusão do relatório do projeto enviado minutos antes do início da votação.

“Venho aqui, humildemente, pedir apoio dos colegas parlamentares para que adiemos a votação. Me sinto desrespeitado como deputado federal para votar uma PEC cujo relatório foi protocolado há poucos minutos com mais de 40 páginas e preciso dizer ao meu eleitor sem conseguir lê-lo do início ao fim”, afirmou.

Por sua vez, o presidente da Casa deixou a presidência da sessão, momentaneamente, para se posicionar a favor da reforma e rebateu que o texto tenha sido votado de forma apressada.

“O país olha para esse plenário esperando uma resposta nossa para a aprovação de uma reforma tributária justa, neutra, que dê segurança jurídica e promova o desenvolvimento econômico e social. Não podemos nos furtar a essa responsabilidade. A pressa, o dito “açodamento”, e a necessidade de votarmos a reforma tributária não é nossa! A urgência é do Brasil!”, afirmou Lira.

Discussão

A votação foi marcada por intenso debate nos últimos dias. Prefeitos de cidades de todo o país e governadores foram a Brasília para se reunir com o relator da PEC, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Antes da votação, Lira pediu que o tema não fosse politizado.

“A coisa mais correta é não politizar um tema tão importante como esse. Já vai dar muito trabalho dirimir as questões técnicas. O que pedimos é que tenham parcimônia com a expectativa de ver se conseguimos alcançar o quórum constitucional para votar”, afirmou.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.