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Com 10x0 no placar, STF suspende dívidas até dezembro e autoriza Zema a negociar Regime de Recuperação Fiscal

Por unanimidade, Supremo autorizou que Zema avance com negociações sem autorização da Assembleia Legislativa

STF encerrou julgamento sobre adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu no fim da noite desta sexta-feira (1º), o julgamento de uma liminar que autoriza o Governo de Minas a prosseguir nas negociações com o governo federal para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Todos os 10 ministros votaram a favor da demanda do pedido da gestão Romeu Zema (Novo) - de que o projeto pode avançar mesmo sem autorização da Assembleia. Para o STF, os deputados foram omissos ao não avaliar o projeto de lei do governador que pedia autorização para aderir ao Regime.

Conforme entendimento da Suprema Corte, os pagamentos das parcelas da dívida de Minas com a União ficam suspensas até o dia 20 de dezembro. Ao todo, o estado deve mais de R$ 150 bilhões. A Advocacia-Geral da União (AGU), que é o braço jurídico do governo Lula, argumentou que o estado de Minas Gerais não poderia aderir ao RRF sem autorização dos parlamentares, somente com base em uma decisão judicial.

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O governo federal ainda argumentou que a dívida voltasse a ser paga no mês de julho. Ambos os pedidos foram negados pelos ministros.

Zema fez ‘corpo a corpo’ com STF

Nas últimas semanas, Zema fez campanha junto a ministros do STF para que o Pleno da Corte referendasse a liminar. Foram ao menos seis encontros, em Belo Horizonte (por videoconferência) e Brasília - inclusive após o início do julgamento.

Na agenda oficial de Zema, constavam, nas últimas semanas, reuniões com Edson Fachin, Luiz Fux e Dias Toffoli - em Brasília - e com Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e André Mendonça (esses na semana passada, por videoconferência). Todos votaram a favor de Zema no julgamento virtual encerrado ontem.

Regime de Recuperação Fiscal

Com a questão encerrada no Supremo Tribunal Federal, o Governo de Minas negocia, agora, junto à Secretaria do Tesouro Nacional, órgão ligado ao Ministério da Fazenda, de Fernando Haddad (PT), os termos do acordo do Regime de Recuperação Fiscal.

O plano prevê que o estado consiga quitar a dívida com a União em um prazo mais longo - de 30 anos. Em contrapartida, é obrigado a adotar uma série de medidas de austeridade econômica. Dentre elas está a privatização de empresas estatais e regras mais rígidas para a realização de concursos públicos e para a concessão de reajustes a servidores.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.