Os vereadores de Belo Horizonte aprovaram, nesta terça-feira (13), em primeiro turno, o projeto de lei (PL) que viabiliza o retorno das passagens de ônibus da cidade a R$ 4,50. O texto trata do repasse de R$ 512,8 milhões, em verbas públicas, aos concessionários dos coletivos. O aporte é a condição dada pelas empresas do setor para reduzir o preço das tarifas,
De acordo com o prefeito Fuad Noman, em entrevista exclusiva à Itatiaia,
O PL do subsídio, agora, vai ser novamente analisado pelas comissões temáticas da Câmara Municipal. Depois, acontece a votação em segundo turno. Como já mostrou a Itatiaia, os parlamentares belo-horizontinos esperam encaminhar o texto para sanção do prefeito Fuad Noman (PSD) ainda neste mês.
Trinta e oito votaram favoravelmente ao texto. Outros dois defenderam a rejeição da proposta. Os votos contrários foram dados por Bráulio Lara e Fernanda Pereira Altoé, da bancada do Novo. Marcela Tropia, a outra representante do partido na Casa, não votou — estava presidindo a sessão.
Próxima etapa ainda nesta semana
Embora o projeto preveja subsídio de R$ 512,8 milhões às empresas, o texto analisado em primeiro turno trata de uma subvenção que tem R$ 476 milhões como limite. Isso porque o novo valor foi acertado após acordo entre o poder público e as empresas — e, por isso,
Mais cedo, à Itatiaia, o vereador Irlan Melo (Patriota), presidente da Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) da Câmara, afirmou que o comitê vai votar em segundo turno o PL do subsídio já na quinta-feira (15). Assim, seria possível, na próxima semana, convocar reunião conjunta dos outros colegiados que analisam o aporte às empresas. O expediente, segundo Irlan, permitiria a votação derradeira em plenário no próximo dia 28.
“O projeto vai estar na mão do prefeito para (a passagem) retornar a R$ 4,50 no início de julho”, projetou o parlamentar.
Para receber toda a subvenção prevista, os concessionários
É preciso, ainda, que os responsáveis pelas garagens aumentem em 10% o número de viagens, com a renovação da frota de ônibus e a inclusão de 420 novos veículos no sistema. As empresas também poderão ser penalizadas caso seus carros não cumpram requisitos de manutenção, limpeza e ar-condicionado funcionando.
O projeto deve ganhar, ainda, acréscimos que contemplam demandas exigidas
O que dizem os vereadores?
A vereadora Iza Lourença, do Psol, foi uma das que votou favoravelmente ao texto. Ela classificou o projeto como um “remendo que não resolve o problema” do sistema de transporte coletivo na cidade e defendeu a revisão do contrato com os concessionários, firmado em 2008.
Apesar disso, a parlamentar demonstrou preocupação com os cidadãos obrigados a pagar R$ 6. “Precisamos parar de onerar o usuário”, falou.
Fernanda Pereira Altoé (Novo), por sua vez, chamou o projeto apresentado pelo Executivo municipal de “porcaria”. “Não há garantia de redução de passagem e não há garantia de que não vão entrar na Justiça. É meio bilhão (de reais) para uma prestação de serviços que é uma porcaria”, protestou.