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Deputados de Minas repercutem a cassação de Deltan; veja o que Nikolas e Rogério Correia disseram

À esquerda e à direita, parlamentares comentaram a decisão do Tribunal Superior Eleitoral; corte entendeu que ex-procurador deixou processos administrativos em aberto no MPF

Deltan Dallagnol foi eleito deputado federal pelo Podemos do Paraná

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato de deputado federal exercido por Deltan Dallagnol (Podemos-PR) repercutiu entre os representantes de Minas Gerais no Congresso Nacional. Deputados de partidos à direita criticaram o resultado do julgamento, mas parlamentares à esquerda, ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), concordaram com o entendimento do relator do caso, Benedito Gonçalves, e dos outros ministros da Corte.

A cassação de Deltan foi determinada na noite dessa terça-feira (16), por causa de processos do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR). Ex-procurador da República, ele foi acusado pela Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, de pedir demissão do MPF enquanto tramitavam apurações no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) sobre a Operação Lava-Jato. O PMN também fez uma reclamação do tipo.

No plenário da Câmara dos Deputados, Rogério Correia, do PT de Minas, comentou o caso. “Já havíamos denunciado diversas vezes que esse deputado tentou, mais uma vez, infringir a lei — o que já fez inúmeras vezes como promotor de Justiça. E o fez utilizando o Ministério Público com as piores intenções e desmoralizando a própria instituição”, disse.

“Ele seria cassado pelo Ministério Público e, antes que acontecesse o julgamento, pediu demissão para não ser cassado. Tentou, assim, enganar a justiça e foi eleito deputado federal pelo Paraná. Foi eleito sabendo que não podia ser candidato”, completou.

Já Nikolas Ferreira, do PL, lamentou o resultado do julgamento. “É só cassar todo mundo que não tem oposição. Bem democrático”, escreveu, no Twitter.

“Uma pausa pra um recado aos isentões que fizeram campanha pelo voto nulo: o Brasil não é otário e lembra bem quem são vocês. O que está acontecendo hoje tem suas digitais”, continuou, em menção à disputa eleitoral entre Lula e Jair Bolsonaro (PL).

Aihara: ‘cassação injusta e imoral’

Para Pedro Aihara (Patriota), a decisão tomada pelo TSE é “injusta e imoral”. “(A cassação) ofende os 344.917 eleitores que o escolheram como representante. No mesmo dia que Deltan é cassado, as penas de (Paulo) Maluf são extintas. A típica hipocrisia brasileira”, falou.

O caso de Paulo Maluf citado por Aihara diz respeito à extinção, por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), das penas do ex-governador paulista. O ministro Edson Fachin entendeu que a situação de Maluf se encaixa nos termos do indulto natalino expedido por Bolsonaro no ano passado. O perdão extingue a pena privativa de liberdade, mas não mexe em outros efeitos da condenação, como multas.

Célia Xakriabá diz que Deltan tentou ‘fugir de um crime’

De volta à esquerda, também houve comentário da deputada federal Célia Xakriabá (Psol).

“O entendimento (do TSE) é de que houve tentativa de fraude ao pedir a sua exoneração como procurador para fugir de punições pela sua atuação na operação lava jato. Tentou fugir de um crime e acabou sem mandato”, exclamou.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.