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Ministro do GSI é convocado para explicar ações de Gonçalves Dias no 8 de janeiro

Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou convocação de Ricardo Cappelli, que assumiu cargo de forma interina

Gonçalves Dias aparece em imagens de câmeras internas do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro

O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, foi convocado para prestar esclarecimentos à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. O requerimento, do deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP), foi aprovado em sessão do órgão colegiado nesta terça-feira (25).

Também na mesma reunião, foi aprovado um Projeto de Decreto Legislativo que tem o objetivo de anular um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que restringiu o acesso a armas de fogo já no primeiro dia de governo.

A oitiva de Cappelli na Comissão de Segurança Pública ainda não tem data para ocorrer, mas segundo a base do governo, o ministro já sinalizou que poderia comparecer à Câmara no dia 16 de maio.

De acordo com o pedido, o ministro interino deve esclarecer as ações do ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias no dia 8 de janeiro. Ele pediu demissão depois que a CNN Brasil divulgou imagens internas do circuito de segurança do Palácio do Planalto durante a tarde daquele dia, em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram a sede dos Três Poderes, em Brasília.

“Requer a convocação do Ministro de Estado Interino do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Ricardo Cappelli, a fim de prestar esclarecimentos sobre o vídeo em que o Ex-Ministro da pasta aparece possibilitando a entrada de invasores no dia 08 de janeiro nas Sedes dos Três Poderes da República, em Brasília”, diz texto do requerimento.

Ricardo Cappelli é convocado

De acordo com o deputado Paulo Bilynskyj, o ministro interino do GSI deve ir à comissão para responder a perguntas objetivas com respostas objetivas.

“Já tivemos a experiência de ministros que deviam explicar assuntos nesta comissão e o ministro simplesmente levanta e vai embora”, afirmou o deputado, em referência ao ministro Flávio Dino, da Justiça, que deixou a sessão da comissão em abril após tumulto entre parlamentares.

“Não vamos admitir que ele levante e vá embora. Daí se fala em convocação e não em convite. As perguntas serão técnicas e objetivas e as respostas serão devidas. O ministro vai responder o que aconteceu, por que as imagens não foram entregues. Mentiras foram orquestradas para criar uma narrativa que está até hoje surtindo efeito”, afirmou.

O deputado Ismael Alexandrino (PSD-GO) pontuou que o ministro ocupa o cargo de forma interina e que se dispôs a comparecer à comissão no dia 16 de maio.

“O dispositivo da convocação é muito nobre, precisa ser valorizado. O ministro tem a interinidade do cargo, não é o ministro a responder por isso no momento. Para o bom andamento, sou favorável ao convite, mas contrário à convocação”, afirmou o parlamentar.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.