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Alexandre de Moraes autoriza retorno de Ibaneis Rocha ao Governo do Distrito Federal

Governador do DF foi afastado horas depois das invasões às sedes dos Três Poderes, em Brasília

Ibaneis Rocha voltará ao Governo do Distrito Federal após decisão do ministro Alexandre de Moraes

O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi autorizado a retornar ao cargo. A decisão é do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nesta quarta-feira (15) e atende a um pedido da defesa de Ibaneis e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com Moraes, até o momento, as investigações não mostraram indícios de que Ibaneis estaria impedindo o trabalho da Justiça ou destruindo provas e, portanto, a decisão do afastamento não poderia mais continuar.

“O momento atual da investigação (...) não mais revela a adequação e a necessidade da manutenção da medida, pois não se vislumbra, atualmente, risco de que o retorno à função pública do investigado Ibaneis Rocha possa comprometer à presente investigação ou resultar na reiteração das infrações penais investigadas”, diz trecho do despacho.

A decisão de Moraes, no entanto, não afasta as investigações contra o emedebista. Ele também poderá ser afastado, novamente, caso o Judiciário entenda que ele, de alguma forma, trabalhou para dificultar as investigações.

Ibaneis foi afastado do cargo no dia 8 de janeiro deste ano, por um prazo de 90 dias. A decisão, também de Moraes, ocorreu horas depois que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram, depredaram e saquearam o Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. O afastamento de Ibaneis foi confirmado, mais tarde, pelo plenário da Corte.

Afastamento de Ibaneis Rocha

A decisão pelo afastamento do governador reeleito partiu de um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e da Advocacia-Geral da União (AGU). No documento, Moraes detalha que houve descaso e conivência do governo do Distrito Federal com a organização das manifestações.

Na época, ele ainda citou que uma apuração separada investigará a responsabilidade do ex-secretário de Justiça e Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Ele foi exonerado também no dia 8 de janeiro e foi preso uma semana depois, quando desembarcou no Brasil vindo dos Estados Unidos.

Outra decisão tomada como consequência das ações dos bolsonaristas no dia 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes, foi a decretação de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. Na ocasião, o secretário-executivo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Capelli, foi nomeado para comandar a área.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.