Uma comissão do Senado aprovou, nesta quarta-feira (14), uma série de pedidos de informação para investigar a venda da refinaria Landulpho Alves, na Bahia, para um fundo de investimentos dos Emirados Árabes. A privatização da estrutura petrolífera, ocorrida em 2021, veio à tona após as denúncias envolvendo a tentativa do governo Bolsonaro de entrar no país, de forma irregular, com joias que teriam sido dadas como presente à primeira-dama, Michelle, pelo governo da Arábia Saudita.
Os pedidos de informação foram encaminhados aos ministros Alexandre da Silveira (Minas e Energia) e Mauro Vieira (Relações Exteriores), além do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
A venda da refinaria foi concretizada em 2021 por R$ 1,65 bilhão, mas instituições independentes informaram, à época, que o preço de mercado era de cerca de R$ 3 bilhões.
Para o senador Omar Aziz (PSD-AM), a venda da refinaria Landulpho Alves poderia até ser revertida, caso ela não tenha sido vendida “pelo preço correto”.
Suspeita de propina na venda da refinaria
Os senadores também suspeitam que a privatização tenha relação com os presentes enviados pela Arábia Saudita, no valor de 1% da venda da refinaria. Um conjunto de joias que seria endereçada à primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), foi avaliada em R$ 16,5 milhões. Aziz chamou a transação de “nebulosa”.
“Depois surge essa relação da Arábia Saudita com presentes valiosos dados ao Brasil, cerca de R$ 16 milhões, e que, segundo a imprensa, o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público, foram encaminhados para familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro. De alguma forma é preciso analisar essa transação que parece ser nebulosa”, afirmou durante a sessão desta terça (14).
Ao ministro das Relações Exteriores, os senadores encaminhara pedido de informação para obter detalhes sobre as agendas de viagens internacionais do então ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque, titular da pasta no momento da venda da refinaria.
“A gente quer saber quem foi que deu essa joia, se foi mesmo a Arábia Saudita, e para quem foi. Isso parece fruto de fortes indícios de propina”, completou Aziz.