Presidente eleito para o comando da Câmara Municipal de Belo Horizonte a partir de 2023, o vereador Gabriel Azevedo (sem partido) considera o ritmo de trabalho do prefeito Fuad Noman (PSD) “lento” e cobra mais efetividade da prefeitura de BH. Entre os principais problemas da cidade, segundo Gabriel Azevedo, estão as questões de mobilidade e de combate às enchentes.
Veja os principais pontos da entrevista do vereador Gabriel Azevedo no Itatiaia Agora:
Eleição na CMBH
“Faltando 72 horas para a votação, o prefeito percebeu que ele tinha 19 votos, o deputado Marcelo Aro percebeu que tinha 19 votos, e eu tinha 3 votos. O prefeito vetou meu nome, disse que toparia qualquer um, menos o Gabriel. Quando o Marcelo me procurou e me contou isso nós buscamos um acordo. Conversei com os 10 vereadores mais ligados ao Aro, conversei com os vereadores do Partido Novo, conversei com todo mundo. Chegou um momento que eram 18 votos, Marcelo Aro perdeu um de última hora, mais 3 votos. Isso no domingo. Eu pedi para não falarem para ninguém. O governo trabalhava com a ideia de que eles nunca abririam mão da candidatura de Juliano Lopes. O vereador Juliano Lopes, a quem eu quero agradecer publicamente, que abriu mão de sua candidatura para garantirmos a independência da Câmara.”
“Teatro”
“Após a definição do meu nome, vereadores da outra chapa buscaram um acordo. Eu sugeri que não tivesse uma outra chapa. Nesta hora, um vereador de nome Leo Burguês, perdendo o xadrez resolve virar o tabuleiro. Ele começa a esmurrar a porta, querer arrombar a porta, Não foi um tumulto, foi um teatro de quinta categoria.”
Pedido de impeachment de Fuad
“O pedido de impeachment formulado foi uma surpresa para todos, mas não para a imprensa. O autor do pedido já fez vários pedidos de impeachment. Esse pedido não vai prosperar. Não tenho apreço por articulações de gabinete. Eu sou um democrata, que respeito as instituições, se algum dia eu chegar na prefeitura será com o voto popular. Impeachment é um caso encerrado, vamos nos preocupar com os problemas da cidade, com a mobilidade, ônibus e enchentes.”
CPI da Lagoa da Pampulha
“A lagoa está limpa? Foram quase meio bilhão de reais gastos para limpar a lagoa. Ela está limpa? O esgoto parou de cair lá? Por que se paga tanto há tantos anos e não conseguimos resolver o problema? Nós queremos saber, por que não fomos eleitos para ser chaveirinho da prefeitura. A Câmara não fica de joelhos. Não temos vereador funcionários do prefeito, é o prefeito que presta contas à Câmara.”
Ônibus
“Eu venci a eleição e fui direto na sala do prefeito. Prefeito, estou aqui. Não estou nem aí se o senhor não queria minha eleição. O subsídio vai acabar em março e não vamos conceder outro para não fazerem nada não. Quem anda de ônibus sabe. Em novembro do ano passado, dos 23 mil que tinham na rua foi para 13 mil, o colapso. O subsídio foi para voltar para 23 mil. Mas continua a mesma cena todos os dias, com um tanto de gente espremida nos ônibus. Protocolamos 3 ideias: faixas exclusivas de ônibus, bilhetagem inteligente e um sistema que estimula o prestador a colocar mais ônibus. O prefeito é mal intencionado? Não. Mas é lento.”