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Banco americano compra participação relevante das ações da Copasa

Goldman Sachs adquiriu cerca de 19 milhões de ações da Companhia de Saneamento de Minas Gerais

Ações da estatal valorizaram 24,35% no último mês

O banco de investimentos Goldman Sachs comprou 5,04% da participação societária da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), de acordo com comunicado enviado ao mercado financeiro na noite dessa terça-feira (16). A operação corresponde a aquisição de 19.146.747 de ações ordinárias da estatal.

No documento, o banco informou que a aquisição não envolve mudança na composição do controle acionário ou na alteração da estrutura administrativa da Companhia, ou seja, ela continua sendo controlada pelo governo de Minas. “Atualmente, as Entidades Goldman não visam adquirir outras ações da Companhia”, descreve o documento assinado por Ameen Soetan, vice-presidente da Goldman Sachs.

O banco também informou que não possui debêntures (título de dívida) da Copasa. “Bem como não faze parte de nenhum contrato ou acordo dispondo sobre direito de voto ou sobre a compra e venda de valores mobiliários de emissão da Companhia”, completa.

Essa é a segunda compra de ações relevantes na Copasa em menos de um mês, com a privatização da estatal no radar do mercado financeiro. No dia 29 de agosto, o fundo de investimentos Perfin também comprou 19 milhões de ações e passou a deter 5,01% da empresa mineira.

No último mês, as ações da empresa tiveram valorização de 24,35% na bolsa de valores. A cotação da Copasa saiu de R$ 26,79 e chegou a bater R$ 33,19 na tarde desta quarta-feira (18).

A privatização da estatal é uma aposta do governo Romeu Zema (Novo) para arrecadar recursos e arcar com as obrigações do Programa de Pleno Pagamento de Dívida dos Estados (Propag). O Estado precisa amortizar cerca de 20% da dívida com a União, atualmente em R$ 170 bilhões, para conseguir reduzir os juros de correção do débito.

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Na segunda-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou uma proposta de emenda à Constituição que acaba com a necessidade de uma consulta popular para a privatização da Copasa. Chamada de PEC do referendo, a matéria agora segue para uma Comissão especial antes de ser votada no Plenário em primeiro turno.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.