O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aliados petistas intensificaram nos últimos dias as conversas para atrair o União Brasil, partido do ex-juiz da Lava Jato e senador eleito Sergio Moro, para sua base aliada no Congresso.
Apesar de não indicar nenhum parlamentar do União Brasil para a equipe de transição do governo Lula, o
O ex-juiz da Lava Jato, responsável pela condenação de Lula à prisão em regime fechado,
O senador eleito Sergio Moro foi procurado pela reportagem para comentar a possível aliança entre seu partido e o PT, mas não respondeu às mensagens.
Nas últimas semanas, após encontros entre a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e o presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar, ficou acertado que o líder do União na Câmara, deputado Elmar Nascimento, deve ser o relator da PEC da Transição na Câmara dos Deputados. No Senado, Davi Alcolumbre, outro integrante do União Brasil, deve ser escolhido para relatar o texto.
A PEC da Transição é considerada fundamental pela equipe de Lula para que o futuro governo tenha recursos em caixa para pagar programas sociais no próximo ano.
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O deputado Luciano Bivar, no entanto, desconversa sobre a aliança com o PT, mas admite que pode apoiar o governo em determinadas pautas. O parlamentar ressalta ainda que o União Brasil espera receber cargos de destaque no Congresso a partir de 2023.
Perguntado se o União Brasil vai integrar o governo Lula a partir do ano que vem, Bivar afirmou, em entrevista à CNN, que a sigla estará na “canoa da democracia, para reforçar as instituições e garantir uma governabilidade” para que o país reduza as desigualdades sociais.
Nesta quinta-feira (1º), o deputado disse que espera que o partido contribua com o governo eleito, mas ressaltou que será preciso consultar as bancadas do União Brasil. “Essa semana a presidente do PT Gleisi Hoffmann me ligou, continuando outras conversas, eu liguei para Alcolumbre e Elmar Nascimento, para que os dois representantes do União Brasil participassem de um encontro. As conversas estão fluindo muito bem, vamos ter novas rodadas de conversa sobre a participação ou não no governo eleito”, afirmou Bivar.
Bivar afirmou que Moro teve conversas sobre sua pautas prioritárias para seu mandato. “Ele tem uma pauta muito dele, que é a questão da anticorrupção. Qualquer partido que venha dentro da pauta que ele entenda que é legitima, entendo que ele contraria a pauta, quer seja do governo do PT ou não, é um contrassenso à pauta dele, então temos que discutir pauta a pauta”, diz Bivar.
A aliança entre PT e União Brasil, no entanto, poderá enfrentar resistência de vários deputados e senadores da legenda. Além de Sergio Moro,
Nomes fortes do União Brasil, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e os deputados Felipe Francischini e Kim Kataguiri mantém um tom crítico aos petistas nas redes sociais. A sigla elegeu também a mulher de Moro, Rosângela Moro, deputada federal por São Paulo.