O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez na tarde desta quarta-feira (16) um discurso na área da ONU na COP 27, realizada no Egito, defendendo que o combate às mudanças climáticas sejam feitos juntamente com o combate à pobreza em todos os países do mundo.
“A desigualdade entre ricos e pobres manifesta-se até mesmo nos esforços para a redução das mudanças climáticas. O 1% mais rico da população do planeta vai ultrapassar em 30 vezes o limite das emissões de gás carbônico necessário para evitar que o aumento da temperatura global ultrapasse de 1,5 grau até 2030", disse Lula. “Por isso, a luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo”, afirmou.
Lula citou um trecho de seu discurso após vencer as eleições, dizendo que não existem dois Brasis, e afirmou que a proteção ao meio ambiente será uma das prioridades de seu governo.
“Não existem dois Brasis, nem dois planetas Terra. Precisamos de mais empatia e mais confiança entre os povos. Superar e ir além dos interessas nacionais imediatos, para ser capazes de tecer coletivamente uma nova ordem internacional que reflita necessidades para o presente e futuro”, afirmou.
O petista cobrou que os países mais ricos cumpram acordos feitos em tratados anteriores, para garantir que as metas de sustentabilidade definidas em encontros de ambientalistas sejam alcançadas. “Em 2009, os países presentes à COP 15 comprometeram-se em mobilizar 100 bilhões de dólares por ano, a partir de 2020, para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática. Este compromisso não foi e não está sendo cumprido”, disse Lula.
Em seu pronunciamento, Lula prometeu recuperar os órgãos de fiscalização ambiental do Brasil e aumentar o rigor das punições aos crimes ambientais. “Não há segurança climática no mundo sem a Amazônia protegida”, afirmou.
Lula foi convidado por uma comitiva de governadores dos estados da Amazônia Legal para participar da COP 27. Mais cedo, nesta quarta, ele recebeu um a carta dos governadores com demandas para garantir a proteção do bioma amazônico.
