Deputados de sete partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL) entraram com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele por ‘crime de ódio’. Os parlamentares anexaram, na ação, uma série de declarações de Bolsonaro ao longo de sua vida política para demonstrar que seus comportamentos servem de estímulo a práticas violentas, de ódio e intolerância contra pessoas que têm ideologia diferente.
A ação é apresentada dias depois de o
Jorge da Rocha Guaranho também foi alvejado pela vítima, que é guarda municipal, quando este estava caído no chão. O caso aconteceu na noite do último sábado (9), na cidade da tríplice fronteira.
Incitação à violência
Na ação, os deputados do PT, PCdoB, PSOL, PV PDT, PSB e REDE relembram um episódio ocorrido em 2018, durante a campanha eleitoral, em que Bolsonaro usa um tripé de TV como se fosse um fuzil e diz no microfone:
Vamos fuzilar a petralhada do Acre
A representação também cita os decretos e portarias assinados pelo governo Bolsonaro que permitiram flexibilização no porte de armas e diz que em ‘lives’ e nas redes sociais, o presidente tem se manifestado com “ameaças às instituições e a higidez do processo eleitoral” e que suas declarações servem como “estímulos e incentivos, de forma direta e/ou subliminar, às práticas violentas, de ódio e intolerância, contra brasileiros que professam pensamentos e ideologias diferentes”.
“As reiteradas condutas do Representado em nada colaboram para a pacificação social, na medida em que alimentam, de forma indevida e criminosa, uma suposta divisão da sociedade entre o bem e o mal, permitindo que posições e discursos raivosos, de ódio e de violência como solução de litígios, embora minoritários, sejam alimentados no País, com resultados desastrosos, como se viu há poucos dias”, diz trecho da ação.
O processo foi encaminhado para o Procurador-Geral da República, Augusto Aras.