Há seis meses sob o comando de
Elon Musk, o Twitter passou por inúmeras mudanças desde que o empresário assumiu a plataforma, em outubro de 2022. Com a justificativa de que o serviço não tem receita suficiente para se manter, ele desligou cerca de 80% da equipe e reforçou o serviço de assinatura Twitter Blue — anunciado como sucessor do antigo sistema de verificação.
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Uma das medidas mais polêmicas adotadas pela
rede social foi a retirada do selo de autenticidade de contas gratuitas para oferecê-lo apenas a quem paga por ele. Se antes o ícone era usado para autenticar celebridades, agências governamentais e empresas de mídia, agora pode estar em qualquer conta.
Isso porque os assinantes do
Twitter Blue recebem a marca e outros recursos, como classificações priorizadas em conversas e pesquisas, bem como ausência de anúncios. No Brasil, a opção custa a partir de R$ 42.
Pouco depois que a marca foi removida dos perfis que optaram por não adicionar a
assinatura, havia mais afiliados ao Twitter Blue do que as contas verificadas antigas. Travis Brown, um desenvolvedor de software de Berlim, estimava 550 mil associados à opção paga em 23 de abril, contra os mais de 400 mil autenticados pelo método anterior.
Como Musk oferece a assinatura gratuitamente a alguns
famosos, não está claro quantos efetivamente pagam por ela. Logo após seu anúncio, houve a criação de muitas contas falsas: um perfil que se passava pela empresa farmacêutica Eli Lilly and Company tuitou que ofereceria insulina gratuitamente e o preço das ações da empresa caiu. O Twitter Blue, então, foi interrompido temporariamente.
Mudança cultural
O fim do selo azul para contas gratuitas provocou uma
mudança cultural na plataforma: antes um símbolo de status muito desejado, o ícone passou a ser malvisto. Muitos famosos informam que não pagam pelo serviço, apesar de manterem a marca — é como se fosse vergonhoso pagar para tê-la.
As mudanças no processo de verificação de perfis, entretanto, são apenas parte das alterações impostas pelo empresário. Ele reformulou as políticas do site e causou preocupação sobre como as mudanças podem afetar a segurança e a transparência da plataforma. Com isso, muitos anunciantes deixaram o serviço. Em março, Musk avaliou o Twitter em cerca de US$ 20 bilhões, menos da metade do que pagou por ele há seis meses.