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Europa vai impor novas obrigações a plataformas digitais

Medidas incluem apresentação de algoritmos a reguladores, auditorias anuais e mais transparência em anúncios

Plataformas terão de cumprir obrigações determinadas pela Comissão Europeia

Multas e proibição temporária de operação estão entre as penalidades a serem impostas a 19 plataformas digitais com mais de 45 milhões de usuários nos 27 países da União Europeia (UE) — como Instagram, TikTok e Twitter — que não cumprirem as regras que devem entrar em vigor em agosto na UE. A comunidade do espaço europeu anunciou a regulação na terça-feira (25).

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As regras afetam aspectos do modelo de negócio das plataformas. Em comunicado, a Comissão Europeia apontou as obrigações que terão de ser cumpridas:

  • compartilhamento de algoritmos com especialistas da União Europeia, que avaliarão se a plataforma segue diretrizes que ajudam a evitar risco;

  • rotulagem de todos os anúncios e informação sobre quem os está promovendo;

  • redesenho de sistemas para garantir alto nível de privacidade, segurança e proteção de menores;

  • fim de anúncios baseados em dados sensíveis, como etnia, religião e orientação sexual;

  • publicação de repositórios com dados de todos os anúncios exibidos;

  • informação sobre o motivo pelo qual determinados conteúdos são recomendados;

  • possibilidade de o usuário optar por não participar de sistemas de recomendação;

  • proibição de publicidade direcionada a perfis de crianças.

Empresas que descumprirem as normas após 25 de agosto serão multadas em até 6% de seu faturamento global. Além disso, estarão sujeitas a ter seu serviço proibido temporariamente no espaço europeu.

As companhias atingidas pelas medidas são Alibaba AliExpress, Amazon, Apple (AppStore), Bing, Booking.com, Facebook, Google Play, Google Maps, Google Search, Google Shopping, Instagram, LinkedIn, Pinterest, Snapchat, TikTok, Twitter, Wikipedia, YouTube e Zalando. As novas regras serão impostas apenas a grandes plataformas.

Essas normas se somam às já previstas para todas as redes sociais, marketplaces e buscadores, independentemente do tamanho, que devem entrar em vigor em 17 de fevereiro de 2024. Entre elas estão, por exemplo, a obrigação de remover imediatamente conteúdos ilegais e de denunciar crimes graves às autoridades.

No Brasil

Aqui no Brasil, o tema está em discussão no Congresso Nacional. O projeto de lei das fake news (PL 2.630/2020) recebeu, na terça-feira (25), autorização para ser votado em regime de urgência e pode entrar na pauta ainda nesta quarta-feira (26) no plenário da Câmara dos Deputados.

Se aprovado, segue para o Senado para nova apreciação — uma vez que o texto foi alterado na Câmara dos Deputados. Depois, se não houver alterações e a proposta for aprovada pelos senadores, o projeto é enviado para sanção presidencial para se tornar lei.

A reportagem da Itatiaia procurou as empresas para comentar as novas regras. A Apple e a Meta informaram que não vão se pronunciar no momento. Quando houver resposta das demais companhias, este conteúdo será atualizado.