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“Redes foram ‘instrumentalizadas’ por radicais”, diz Alexandre de Moraes

Presidente do TSE se reuniu com representantes de plataformas de mídias sociais e pediu ajuda para elaborar regras de controle

Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE, pede ajuda de plataformas em combate a fake news

Assim como ocorre no mundo todo, autoridades brasileiras têm se preocupado cada vez mais com o uso das redes sociais para a disseminação de notícias falsas. Em 2022, por exemplo, as plataformas desenvolveram algumas estratégias para evitar que seus espaços fossem usados com esse objetivo.

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Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já havia feito acordos com diferentes serviços e, nesta quarta-feira (1º), se reuniu com as plataformas novamente. Foram convidados integrantes da Meta (responsável por Facebook, Instagram e WhatsApp), do Telegram, do TikTok, do Kwai e do Google.

Para Moraes, as redes sociais foram “instrumentalizadas” por radicais. “Obviamente, a culpa não foi das redes. Se não, as redes estariam na Colmeia e na Papuda também”, brinca, sobre os presídios de Brasília que abrigam presos que vandalizaram prédios públicos na capital federal em 8 de janeiro — ação foi organizada pelas redes sociais.

Ele sugere que haja um entendimento para evitar novas ocorrências. Para isso, pede que as plataformas elaborem propostas que permitam aumentar o controle contra fake news. Em reunião recente com Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do “PL das fake news”, Moraes se comprometeu a levar sugestões sobre o tema após ouvir as empresas.

Segundo Moraes, a ideia é construir dois planos distintos: uma autorregulação e padrões para a regulamentação que vai ser feita no Congresso Nacional. “Não tenho dúvida de que, se não for algo construído junto, a chance de ser eficiente é muito pequena”, afirma. “Vocês têm de mostrar para a gente os melhores caminhos.”

Ele ainda agradeceu o apoio recebido das redes sociais no combate à desinformação. Sem citar nomes, lembrou que, em alguns casos, o apoio foi forçado. Em 2022, o TSE fez acordos com diferentes plataformas, mas o Telegram inicialmente não quis participar — a adesão só veio depois. “Todos tivemos de nos adaptar a novas formas”, comenta.