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Redes sociais têm ações de combate a fakes news nas eleições

Diferentes plataformas criaram políticas específicas para garantir a precisão das informações

Redes sociais se preparam para o combate às fakes news no período eleitoral

As notícias falsas estão por todos os lados na internet. Especialmente nas redes sociais. E isso é muito perigoso para sociedade. Ainda mais em um ano como 2022, com eleições presidenciais a caminho.

A reportagem da Itatiaia conversou com as principais plataformas em uso no Brasil para saber como elas têm se preparado para combater a desinformação por aqui nesse período. A seguir, você acompanha as ações de cada uma delas. Confira!

Facebook e Instagram

A Meta afirma que usa inteligência artificial para identificar contas falsas. Atualmente, 99,7% delas são removidas antes de serem denunciadas. Rede que usam as plataformas da companhia de forma coordenada para influenciar o debate público são investigadas e interrompidas.

Segundo a empresa, suas ferramentas asseguram o acesso a informações oficiais sobre as eleições tanto no Facebook quanto no Instagram. Desde dezembro de 2021, posts sobre eleições e política recebem um rótulo que direciona ao site da Justiça Eleitoral. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os acessos à homepage do portal aumentaram quase 10 vezes em dois meses.

Em maio, o Facebook apresentou lembretes para emissão e atualização do título eleitoral no Facebook. Perto das eleições, Facebook e Instagram terão lembretes sobre o dia de votação, na tentativa de diminuir os índices de abstenção. Outra ação busca combater a violência online contra mulheres na política: em parceria com o TSE e a organização Women’s Democracy Network (WDN) – Capítulo Brasil, criou um guia sobre o tema.

Em 2022, as plataformas têm um canal direto de denúncias para o TSE. Lá, é possível reportar conteúdos que violem as regras dos aplicativos. As informações recebidas são analisadas pela Meta. Entre os conteúdos removidos do Facebook e do Instagram estão:

  • os que desestimulam o voto ou interferem na votação, como informações incorretas sobre a data da eleição;

  • os que possam contribuir diretamente para o risco de dano pessoal no mundo offline.

Desde julho de 2022, comentários e compartilhamentos têm menos ênfase na determinação da distribuição de conteúdo político no Facebook no país. A mudança ocorreu após testes e feedbacks. O Centro de Operações para Eleições vai acelerar o tempo de resposta a interferências à integridade do pleito. Violações de políticas nas plataformas serão monitoradas em tempo real por especialistas de diferentes equipes no Brasil e no mundo.

Para conteúdo publicado por figuras públicas durante atos de violência ou momentos de agitação civil, há regras específicas caso as restrições padrão não sejam suficientes. A companhia informa que mantém diálogo permanente com autoridades eleitorais, partidos políticos, veículos de imprensa, sociedade civil e academia para entender como combater a desinformação, ações coordenadas inautênticas e receber denúncias sobre abuso.

Os parceiros de verificação de fatos no Facebook e no Instagram no Brasil são Agência Lupa, AFP, Aos Fatos, Estadão Verifica, Reuters Fact Check e UOL Confere. Posts marcados como falsos, alterados ou parcialmente falsos têm a distribuição reduzida e se, ainda assim, aparecerem no feed, são cobertos para que o leitor decida se quer visualizá-los. Traz, ainda, um rótulo que leva a mais informações. Além disso, essas publicações não podem ser impulsionadas no Facebook nem no Instagram.

Publicidade sobre política e eleições veiculada no Facebook e no Instagram no Brasil deve ser identificada com um rótulo. Para obtê-lo, é preciso verificar a identidade antes de impulsionar o conteúdo. O material impulsionado dessa forma fica armazenado na biblioteca de anúncios por sete anos.

Google

No Google, o combate à desinformação ocorre em múltiplas frentes. Segundo a empresa, os objetivos principais são:

  • conectar os usuários com informações úteis, confiáveis e de qualidade;

  • protegê-los da desinformação nas plataformas da companhia;

  • apoiar o trabalho de terceiros (autoridades, jornalistas, verificadores de fatos e educadores) que atuam contra desinformação.

Desde 2014, a organização é parceira do TSE para ajudar a conectar o eleitor com informação de qualidade sobre as eleições no país. Para a eleição municipal de 2020, incluiu os painéis “Dúvidas sobre o Título de Eleitor” e “Como Votar” na Busca — a curadoria das informações foi feita pelo TSE. Os painéis foram visualizados 9 milhões de vezes no período eleitoral e ajudaram cidadãos a encontrar informações sobre medidas sanitárias para votar com segurança durante a pandemia e procedimentos necessários.

Em novembro de 2021, a empresa passou a exigir a verificação de anunciantes que querem usar as plataformas da companhia para anúncios de partidos políticos e candidatos. As informações passaram a compor o Relatório de Transparência de Publicidade Política. O material aponta que, entre 17 de novembro de 2021 e 17 de julho de 2022, partidos políticos, pessoas físicas e jurídicas investiram R$ 1,385 milhão em 1.994 anúncios de propaganda política no Google.

Na busca do Google, os resultados de fontes oficiais de informação são destacados. A companhia tem políticas e restrições sobre quem pode veicular publicidade eleitoral e regras para proibir abusos relacionados a eleições. Já na Play Store, a empresa busca identificar e remover conteúdo enganoso e destacar aplicativos oficiais.

Um relatório vai apontar as principais pesquisas em áreas como economia, cultura e política, enquanto uma página do Google Trends vai permitir acompanhar e ser fonte de pesquisa sobre as principais dúvidas durante o período eleitoral. Em relação à verificação de fatos, o Google é parceiro de empresas de jornalismo para combater notícias enganosas no período eleitoral. No Brasil, colabora com o Comprova, que reúne jornalistas de 42 veículos brasileiros.

Desde junho, o Google começou exibe quanto ganha com anúncios políticos. A divulgação ocorre por meio do Relatório de Transparência de Anúncios Políticos, que reúne dados a partir de 17 de novembro de 2021. São considerados os anúncios que fazem referência a um partido político, um funcionário público eleito ou um candidato.

TikTok

O TikTok destaca que incentiva a expressão criativa e autêntica, mas ela deve seguir as Diretrizes da Comunidade. Segundo a empresa, os anúncios políticos pagos não combinam com a experiência da plataforma e, por isso, eles não são aceitos por lá. Para garantir acesso a informações corretas sobre o tema, a rede social se uniu ao TSE para combater a desinformação.

Uma página no app tem informações confiáveis sobre o processo eleitoral de 2022. Lá, o usuário encontra detalhes sobre as datas e horários de votação. O espaço tem, ainda, vídeos produzidos pelo TSE. A página tem um banner na aba “Descobrir” e será exibida em buscas por conteúdo relacionado à eleição. Vídeos relacionados ao tema terão uma etiqueta que direcionará para a página.

A empresa destaca que busca evitar que conteúdo enganoso seja compartilhado. Por isso, sempre que são identificados, esses materiais são removidos. A comunidade é incentivada a denunciar essas ocorrências para que sejam revisadas de acordo com a política de desinformação. Além disso, é parceira de agências de verificação para confirmar a veracidade de conteúdos.

Twiter

A empresa diz que reforça o compromisso de contribuir para um debate democrático saudável. Entre as iniciativas da plataforma para o combate às fake news estão:

  • implementação da Política de Integridade Cívica, que proíbe o uso dos serviços do Twitter para manipular ou interferir em eleições ou outros atos cívicos: isso inclui publicar ou compartilhar conteúdo que suprima a participação ou induza ao erro sobre quando, onde ou como participar de um ato cívico;

  • uso de etiquetas de identificação em contas de candidatos (as) a cargos de presidente, governador, senador e deputado federal. Assim, será mais fácil identificar as contas de quem concorre às eleições;

  • em parceria com o TSE, inserção de avisos nas áreas de buscas do serviço com links para informações oficiais como primeiro resultado de pesquisas por termos relacionados às eleições;

  • página específica sobre eleições no Brasil na Central de Ajuda. Lá, ficarão as novidades sobre o que a plataforma faz para proteger a integridade de conversas sobre o tema;

  • aba “Eleições 2022" com conteúdo do TSE, canais de mídia, jornalistas e especialistas que acompanham o tema: o objetivo é ampliar ao público conteúdos de fontes confiáveis;

  • realização de campanhas educativas sobre como identificar e lidar com informações enganosas, bem como com dicas de políticas e ferramentas da plataforma para debates públicos mais seguros e saudáveis;

  • seção sobre Eleições na aba Explorar, atualizada com fatos mais recentes;

  • emojis para estimular a participação em conversas sobre eleições e facilitar a busca por assuntos específicos:

    • emoji para as hashtags #Eleições2022, #VoteConsciente e #ProjetoEleição;

    • emoji para as hashtags #DebatesBR, #DebatesBrasil, #DebateBR e #DebateBrasil.

A companhia prevê, ainda, a ativação de um chatbot em parceria com a organização da sociedade civil Politize. A ideia é tirar as principais dúvidas do público e a conversa pode ser iniciada com uma DM para o perfil da organização.

O serviço informa que tem regras e políticas para proteger as conversas de maneira abrangente e procurar evitar danos causados por informações enganosas sobre covid-19, integridade cívica, mídia sintética ou manipulada e desinformação em momentos de crise. Etiquetas serão adicionadas a tuítes com suposta desinformação.

WhatsApp

O mensageiro WhatsApp afirma que tem aprimorado a contenção de viralidade no aplicativo e buscado priorizar as interações significativas entre as pessoas. A plataforma destaca que coopera com o TSE em conformidade com a Constituição Federal, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Depois de ser parceiro do TSE em 2020, o WhatsApp renovou a aliança para as Eleições 2022. Para o período, terá um assistente virtual (chatbot) da instituição para que os eleitores interajam com o TSE: eles poderão receber dicas e verificar notícias, confirmar local de votação e outros. Outra ação é o canal de denúncias para reportar contas de WhatsApp suspeitas de fazer disparos em massa.

O WhatsApp informa, ainda, que intensificou o contato com autoridades eleitorais regionais para conectar mais usuários à Justiça Eleitoral e aumentar a capilaridade de fontes confiáveis de informações. Isso inclui parcerias com os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) da Bahia, da Paraíba, do Paraná e do Tocantins. Mais parcerias devem ser lançadas em breve.

Por mês, a plataforma exclui automaticamente cerca de 8 milhões de contas em todo o mundo por comportamento não-autêntico no aplicativo. Nas eleições municipais de 2020, 3e0 mil contas foram suspensas no Brasil durante o período eleitoral. O WhatsApp informa que tem parcerias com organizações independentes de verificação de fatos.

Em julho de 2018, mensagens encaminhadas passaram a ter etiquetas e, entre janeiro de 2019 e abril de 2022, as regras de encaminhamento de mensagens foram alteradas algumas vezes para limitar o envio em massa. Com isso, houve redução de 70% no número de mensagens frequentemente encaminhadas no aplicativo em todo o mundo.

As listas de transmissão são restritas a 25e contatos. E todos eles devem, necessariamente, ter o número do remetente adicionado à agenda. O app tem uma lupa para permitir a pesquisa na internet: basta copiar a mensagem no navegador de internet para buscar mais referências sobre o assunto. A plataforma permite, ainda, denúncias e sinalização de mensagens específicas.

Segundo a plataforma, envios de mensagens em massa não são permitidos. Além disso, combate a criação de contas ou grupos de maneira automatizada, identifica e remove anúncios de empresas que oferecem serviços ilegais de disparos em massa e marketing político automatizado. O aplicativo atua judicialmente contra empresas de serviços de envios massivos de mensagens.

YouTube

Conteúdos enganosos que podem causar danos reais graves não são permitidos no YouTube. Isso inclui, por exemplo, material tecnicamente manipulado e que interfere nos processos democráticos. Não se deve, então, publicar conteúdos:

  • com objetivo de fornecer informações incorretas sobre horário, local, meios ou requisitos de qualificação para votação;

  • com alegações falsas que podem desestimular a participação;

  • que propagam declarações falsas sobre requisitos técnicos de qualificação de candidatos políticos e representantes do governo eleitos para ocupar cargo público;

  • que encoraja a interferir em processos democráticos, como a obstrução ou a interrupção do processo eleitoral;

  • com informações roubadas que podem interferir nos processos democráticos;

  • com alegações falsas de que fraudes, erros ou problemas técnicos generalizados ocorreram em eleições nacionais certificadas;

  • que afirma que os resultados certificados das eleições são falsos. Atualmente, essa política se aplica a:

    • qualquer eleição presidencial dos EUA;

    • eleições federais da Alemanha de 2021;

    • eleições presidenciais do Brasil de 2014 e 2018.

A plataforma recomenda que conteúdo que viole essas políticas não deve ser publicado. Elas se aplicam, ainda, a links externos adicionados ao conteúdo, como URLs clicáveis, direcionamento verbal para outros sites e outros.

Material que viole essa política é removido e o usuário é notificado por e-mail. Na primeira violação, o canal recebe apenas um alerta. Depois, é enviado um aviso. Se houver três avisos, o canal é encerrado.