O fluxo constante e imprevisível de feedback social — em forma de curtidas, comentários, notificações e mensagens — oferecido pelas mídias sociais pode afetar o desenvolvimento
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O levantamento foi desenvolvido ao longo de três anos. Foram avaliados 169 alunos de sexta e sétima séries (entre 12 e 13 anos no início da investigação) da zona rural da Carolina do Norte para determinar como os hábitos de acesso às redes sociais afetavam seu desenvolvimento. Eva Telzer, professora assistente de psicologia e neurociência da instituição e principal autora do estudo, destaca que isso ocorre com os jovens que verificam habitualmente suas mídias sociais. “E isso prepara o modo como o cérebro continua a se desenvolver na idade adulta.”
Além de relatarem seu comportamento nas redes sociais, os
Para Eva, a sensibilidade amplificada pode tanto levar a comportamentos compulsivos posteriores nas redes sociais quanto refletir uma mudança neural adaptativa que ajude os adolescentes a navegarem em seus mundos sociais. “As entradas sociais são frequentes, inconsistentes e muitas vezes recompensadoras, o que as torna reforçadores poderosos que podem condicionar os usuários a verificarem as mídias sociais repetidamente”, explica.
Entre os possíveis prejuízos desencadeados pelo uso de redes sociais por
Eva lembra que não é possível afirmar que as mudanças neurais resultaram em alterações comportamentais, como aumento da ansiedade ou tendências viciantes. Além disso, apesar da correlação entre hábitos das redes sociais e maior sensibilidade a feedbacks, não há certeza ainda de que um efeito é consequência do outro.
Pausas frequentes
Neha Chaudhary, diretora médica da BeMe Health e psiquiatra
Embora não tenha participado do estudo, ela pondera que as redes sociais podem realmente estar mudando o cérebro dos jovens. Ela ressalta, porém, que o processo pode ser o contrário: os estudantes podem passar a utilizar mais as redes sociais por experimentarem transformações em seu desenvolvimento cerebral. Por isso, aconselha os jovens a se conectarem com os amigos pessoalmente e a se sentirem mais presentes. “Separados do fluxo constante, muitas vezes causador de ansiedade, de informações sobre o mundo e a vida de outras pessoas.”