Guerra dos deliverys chega em BH com início da operação da 99food

Empresa está investindo R$ 100 milhões para iniciar trabalhos em Belo Horizonte e disputar o mercado de varejo online de comida

Empresa 99food inicia operação na Região Metropolitana de Belo Horizonte

A empresa 99 vai expandir sua atuação na Região Metropolitana de Belo Horizonte com o inicio da operação da 99food, sua plataforma de delivery, com um investimento de R$ 100 milhões. Segundo a companhia, já são 2,7 mil restaurantes cadastrados na capital mineira.

Com a operação, a 99 traz para BH a guerra dos deliverys, uma disputa pelo mercado consumidor com o Ifood e a chinesa Keeta que já movimenta outras cidades, especialmente São Paulo. A empresa também afirma ter mais de 46 mil entregadores cadastrados na grande BH.

Segundo o diretor de comunicação da 99, Bruno Rossini, o objetivo é oferecer os preços mais justos do mercado, com incentivos para que o produto seja testado. A empresa está oferecendo entregas grátis e cupons de desconto de R$ 99,00.

“Nosso objetivo é melhorar esse ecossistema, desafiar as condições impostas nos últimos cinco anos quase que monopólicas pelos players que estavam aqui, pra fazer diferente e devolver o poder e a rentabilidade pra mão de quem faz o mercado geral: quem cozinha, quem entrega e quem come”, declarou.

A 99 também oferece um bônus de R$ 250 para os entregadores a cada 20 corridas. “O profissional autônomo, que entrega a comida quente, precisa ser valorizado. Nos não estamos prometendo, estamos entregando isso a eles. Isso devolve a oportunidade de pensar a produtividade dele como um todo”, disse.

Concorrência

No mês passado, a Keeta acusou a 99 de concorrência desleal, afirmando que a empresa teria investido quase R$ 1 bilhão para fechar contratos com restaurantes que impedia negócios com a chinesa. Segundo a acusação, os contratos não impediam os negócios com o Ifood, que detém mais de 80% do mercado, de acordo com estimativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

No início de novembro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) anunciou que iria monitorar de perto o mercado de delivery para coibir práticas predatórias. O acompanhamento do varejo online de comida se dá nas cidades de Goiânia, Rio de Janeiro, Santos, São Paulo e São Vicente.

“Ao monitorar e acompanhar de forma contínua a estrutura, dinâmica e práticas de determinados setores econômicos, o Cade passa a dispor de um diagnóstico que permite reduzir as assimetrias de informação da agência antitruste em relação aos agentes econômicos”, disse o Cade.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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