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Mulheres ganham menos, mesmo com mais estudo do que homens

Módulo sobre Trabalho e Rendimento do Censo de 2022 mostra que mulheres recebem em média R$ 609 menos do que homens

Quase 29% das trabalhadoras tinham ensino superior completo em 2022

O módulo sobre Trabalho e Rendimento do Censo de 2022, divulgado nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que as mulheres recebem em média R$ 609 a menos do que os homens. Enquanto a força de trabalho masculina tem rendimentos mensais de R$ 3.115, a média da força feminina ficou em R$ 2.506.

Apesar desse resultado, o Censo mostra que as mulheres seguem com mais estudo do que os homens, que recebem mais em qualquer grau de instrução escolar. Quase 29% das trabalhadoras tinham ensino superior completo, ante 17,3% dos trabalhadores homens.

A maior diferença salarial está justamente nos profissionais com diplomas. A pesquisa do IBGE revela que os homens com ensino superior completo recebiam em média R$ 7.347, enquanto as mulheres trabalhadoras recebiam R$ 4.591. O nível de ocupação dos homens também supera o das mulheres por 62,9% a 44,9%.

Ao longo de todas as faixas etárias o nível de ocupação dos homens era superior ao das mulheres. Na população com 35 a 39 anos, o nível de ocupação dos homens atingiu 82,6%, enquanto o das mulheres ficou em 63,6%. No nível de ocupação inicial, de 14 a 17 anos, o nível de ocupação dos homens chegou em 13,2%, enquanto o das mulheres ficou em 9%.

Em 2022, as mulheres eram a maioria dos profissionais das ciências e intelectuais, dos trabalhadores de apoio administrativo e dos serviços, vendedores dos comércios e mercados. A presença feminina é menor entre os operadores de instalações e máquinas, membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares.

Recorte por cor

O recorte por cor e raça mostrou que os salários mais elevados estão na população que se considera amarela (R$ 5.942) e branca (R$ 3.659), acima da média nacional de R$ 2.851. Em seguida vinham as categorias de cor parda (R$ 2.186), preta (R$ 2.061) e indígena (R$ 1.683).

No caso dos níveis de instrução, a maior discrepância ocorreu no nível superior completo. Amarelos recebiam em média R$ 8.411, seguidos por Brancos (R$ 6.547), Pardos (R$ 4.559), Pretos (R$ 4.175), Indígenas (R$ 3.799).

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.