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Dólar sobe refletindo alta global da moeda, e bolsa volta a cair

Moeda americana voltou a ganhar força com cenário de incerteza política na França e Japão; petróleo derruba ações da Petrobras

Dia foi de queda para os ativos brasileiros com repercussão do cenário externo

O dólar voltou a ganhar força frente ao real nesta quinta-feira (9), após começar o dia em baixa, e encerrar o pregão com alta de 0,6% a R$ 5,37. Sem grandes notícias locais de impacto para a moeda, a variação acompanhou o movimento do mercado financeiro global.

A moeda americana ganhou força principalmente pelas perdas do iene japonês e do euro, com investidores repercutindo a crise política no Japão e na França. O dólar index (DXY), índice que mede a força do papel frente a outras moedas, teve um ganho de 0,5%, fechando o dia a 99,4 pontos.

Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos, os fatores domésticos tiveram um impacto aparentemente limitado sobre o câmbio, com o dólar acompanhando o movimento externo.

Ele cita como exemplo a divulgação da inflação de setembro, que veio abaixo do esperado pelo mercado financeiro, e o arquivamento da medida provisória que aumentava a taxação de aplicações financeiras.

“A ausência de gatilhos relevantes fez com que o real se movesse em sintonia com o avanço do dólar no exterior, reforçando a sensibilidade recente da moeda brasileira ao cenário internacional”, disse o especialista.

Bolsa volta a cair

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, voltou a cair nesta quinta-feira, também com pressões do mercado global e a queda no preço do petróleo. No fechamento do mercado, o indicador caiu 0,31%, aos 141.708,19 pontos.

O dia até começou positivo com os investidores repercutindo o arquivamento da medida provisória que tributava aplicações financeiras. Como a proposta do governo não foi votada pelo Congresso, ela perdeu a validade sem provocar alteração na taxação de investimentos.

Porém, no final do dia o peso maior foi para as notícias do exterior. Nos Estados Unidos, uma nova proposta para acabar com o shutdown foi recusada, mantendo o governo de Donald Trump paralisado com limitações financeiras. Em outra frente, o preço do petróleo despencou com o anúncio de um cessar-fogo entre Hamas e Israel, levando uma perspectiva de estabilidade para o Oriente Médio.

O barril do petróleo brent, negociado na bolsa de Londres, recuou 1,55% a US$ 65,22. Já o petróleo WIT, na Bolsa Mercantil de Nova York, caiu 0,87% a US$ 61,53. Com efeito, as ações da Petrobras, principal empresa do índice, tiveram uma queda de 1,44% a R$ 30,21.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.