Lula assina decreto que muda regras do vale-alimentação; entenda

Normativa vai criar um teto para as taxas cobradas por empresas de voucher aos estabelecimentos comerciais

Governo espera que mudanças possam reduzir o preço da alimentação fora de casa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, nesta terça-feira (11), um decreto que promove mudanças no vale-refeição e vale-alimentação, criando um teto de 3,6% na taxa cobrada pelas empresas aos restaurantes e estabelecimentos comerciais, além de um prazo máximo de 15 dias para o repasse do pagamento.

Sem uma regulamentação, a taxa média cobrada aos lojistas estava chegando em quase 6%, patamar bem acima do cobrado nos cartões de crédito (3,22%) e débito (2%). Segundo o governo, as empresas terão 90 dias para se adequar a essas regras. O decreto vai enquadrar o vale dentro do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).

O Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), afirma que as taxas podem chegar a até 15%. Ele destaca que a cobrança era uma grande reclamação dos estabelecimentos comerciais, mas afirmou que não foi possível pactuar um acordo com as empresas que operam o serviço.

Além do teto na taxa cobrada, o governo determinou a interoperabilidade com as maquininhas de cartão, permitindo que elas aceitem o pagamento de vale-refeição ou alimentação de todas as bandeiras. O prazo para essa adequação é de um ano.

Supermercados esperam custo menor

Em entrevista ao CNN Money, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Glassi, disse que as mudanças permitem um maior acesso aos comércios do país. “Todo comércio passará a aceitar o voucher refeição e alimentação”, disse.

Segundo ele, os pequenos varejistas têm dificuldade de aceitar o pagamento com as altas taxas cobradas. “A partir [da assinatura do decreto devemos ter] a redução das taxas para que o nosso setor possa contribuir ainda mais na redução da inflação e no abastecimento da população brasileira”, afirmou Glassi.

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Segundo o governo, as mudanças devem dar maior liberdade ao trabalhador para escolher o benefício, mantendo o valor integral do pagamento. Também deve haver uma garantia de uso exclusivo para alimentação, vedando o voucher para outras finalidades.

“Com essas mudanças, o governo busca fortalecer o Programa de Alimentação do Trabalhador, garantindo que o benefício cumpra seu papel original: promover saúde e bem-estar, estimular a economia e fortalecer o setor de alimentação no país”, disse o Palácio do Planalto

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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