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Bolsa renova recorde com otimismo após reunião de Lula e Trump; dólar cai

Encontro entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos renovou o otimismo do mercado para um acordo pelo fim do tarifaço

Governo brasileiro espera fechar um acordo em breve com os Estados Unidos

O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira (B3), teve uma valorização de 0,55% nesta segunda-feira (27), fechando aos 146.969,10 pontos, renovando o seu recorde histórico, com os investidores demonstrando otimismo com um acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos após reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump.

Na máxima intradiária, o indicador chegou perto dos 148 mil pontos, logo na abertura do mercado. Já o real voltou a ganhar força frente ao dólar, que encerrou a sessão em queda de 0,33%, cotado a R$ 5,37.

Lula e Trump se encontraram no domingo (26), durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Por quase 50 minutos, os dois líderes discutiram a sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros importados. Ambos ressaltaram a expectativa por um acordo rápido.

Nesta segunda-feira (27), Trump ressaltou que teve uma reunião positiva com o brasileiro, mas não garantiu que um acordo pode ser fechado. O presidente americano ainda desejou feliz aniversário para Lula, que completou 80 anos hoje, ressaltando que o petista é ‘muito vigoroso’.

“Tivemos uma boa reunião. Vamos ver o que acontece. Não sei se algo vai acontecer, mas vamos ver. Eles gostariam de fechar um acordo. Vamos ver. No momento, eles estão pagando, acho, uma tarifa de 50%. Mas tivemos uma ótima reunião”, disse.

Pela manhã, Lula conversou com jornalistas e afirmou que agora possui um canal aberto para o diálogo com o republicano. “Estabelecemos uma regra de negociação que toda vez que tiver uma dificuldade eu vou conversar pessoalmente com ele. Ele tem o meu telefone e eu tenho o telefone dele”, disse.

China e EUA no radar

No radar dos investidores também está as negociações entre Estados Unidos e China. Nesse domingo, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, disse que um acordo está em vias de ser fechado com Pequim para frear a guerra comercial.

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Em uma entrevista, o chefe de equipe econômica de Trump descartou o aumento de 100% nas tarifas sobre produtos chineses, em troca do fim das restrições de Pequim às exportações de terras raras, um grupo de 17 elementos críticos para a indústria. “As tarifas serão evitadas”, declarou Bessent após uma reunião com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.

Trump, que deve se reunir com o presidente chinês Xi Jinping no final desta semana, afirmou que vai haver um acordo entre os dois países. “Tenho muito respeito pelo presidente Xi e acho que chegaremos a um acordo”, disse.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.