Educação financeira se tornou um tema urgente para o Brasil, que nos últimos anos convive com inflação persistente e juros altos, tornando o custo do crédito cada vez mais caro. A realidade é que com quase metade da população adulta endividada, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o país corre o risco de criar uma geração de inadimplentes nas próximas décadas.
Em agosto,
Para especialistas no assunto, a falta de instrução sobre finanças se tornou um problema crônico no país, que precisa ser tratado logo na infância. Em entrevista à Itatiaia, o especialista em investimentos e planejador financeiro do banco Inter, Alexandre Magno, destaca que é preciso ensinar as crianças e adolescentes a criarem
“Independente da sua dinâmica profissional, se você vai ser CLT, autônomo, ou qualquer outro tipo de profissão, na vida adulta você vai ter esse componente financeiro no dia a dia. Se você aprendeu desde cedo a cumprir um orçamento, saber o quanto ganha e o quanto pode gastar, a ter um plano de longo prazo e pensar em como tirar esse plano do papel com investimentos, isso é fundamental”, declarou.
Magno que o baixo custo de más decisões financeiras tomadas na primeira fase da vida é uma oportunidade única de aprender com os erros. “Você vai criando toda essa consciência. Tem que encerrar esse assunto de frente, não pode deixar o assunto de dinheiro para depois. É ensinar que economizar não é ser pão duro,
Como introduzir as crianças ao mundo financeiro
Pai de duas crianças, uma com 2 anos e 9 meses, e outra com 11 meses, Alexandre Magno ressalta que introduzir as noções de educação financeira logo nos primeiros estágios da infância torna o processo mais lúdico. Segundo ele, uma dica para iniciar o processo é ensinar como funciona o orçamento da família e sua relação com as contas a pagar.
“Eu tenho um filho de 2 anos e 9 meses que observa isso no dia a dia. Ele sabe que existe dinheiro, conhece algumas notas, entende que os avós dão um dinheiro para ele poder gastar. Isso vai ser incorporado no imaginário dele. Você não tira a criança desse ambiente de recursos, mas lógico que sempre com muito cuidado para não queimar etapas e criar um filho aficionado por dinheiro”, explicou.
Outra dica importante é ensinar sobre planejamento e orçamento de acordo com a realidade, como o dinheiro para um lanche na escola ou a poupança para uma viagem. “Você vai adicionando aos poucos essas decisões e compromissos para quando chegar na vida adulta ele já tenha tido uma experiência, e possa assumir gastos maiores quando for morar sozinho”, completou.