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Guerra comercial entre Trump e Xi Jinping pode impactar cenário do comércio brasileiro

Estados Unidos anunciaram um aumento de 100% nas tarifas a produtos importados da China, o que pode beneficiar o Brasil

O presidente Trump e Xi Jinping na China em 2017; atualmente, relação entre os países vive momento conturbado

Na última sexta-feira (10), o presidente americano Donald Trump anunciou que aumentaria em 100% as tarifas cobradas de produtos importados da China. A taxa se soma aos 30% que já estava em vigor nas transações comerciais entre os países e afetará a economia global, incluindo o Brasil.

Trump justificou a medida como uma retaliação à decisão do presidente chinês, Xi Jinping, em controlar as exportações de terras raras. Esse mercado é dominado pelo país asiático e é essencial para a fabricação de produtos eletrônicos e carros elétricos, por exemplo.

Segundo Trump, a sobretaxa está prevista para começar a valer a partir de 1º de novembro. A deterioração das relações econômicas entre China e Estados Unidos pode obrigar o país asiático a abastecer sua demanda local com produtos de outros países, o que abre uma janela de oportunidade para o Brasil.

À CNN Brasil, o economista Ian Lopes, da Valor Investimentos, recordou o exemplo do boom de vendas de produtos como a soja no Brasil quando os chineses pararam de adquirir o item de produtos americanos.

“A gente pode olhar até o que aconteceu com a soja brasileira, que nunca vendeu tanto para os chineses, que pararam de comprar dos americanos. Isso com certeza vai acabar se repetindo em outras cadeias produtivas”, afirmou.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a China já é o maior parceiro econômico do Brasil e, de janeiro a junho deste ano, a balança comercial pendeu favoravelmente ao país sulamericano com superávit de US$ 30,09 bilhões.

Embora com saldo positivo, os números do primeiro semestre indicam uma queda de quase 30% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que indica potencial de aumento nas vendas aos chineses.

No exemplo da soja apresentado pelo economista, dados do American Farm Bureau Federation (Federação Americana de Escritórios Agrícolas, em inglês) indicaram uma queda de quase 80% nas compras do grão de produtores americanos feitas por chineses entre janeiro e agosto deste ano em comparação com o mesmo período de 2024.

Os EUA venderam 5,8 milhões de toneladas para a China em 2025. Por outro lado, o Brasil exportou mais de 77 milhões de toneladas de soja para o mercado chinês neste ano.

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