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Trump tem conversa ‘produtiva’ com Xi Jinping e anuncia visita à China

Ligação entre os dois líderes foi a segunda desde a posse de Trump em janeiro, e a terceira a partir do início do ano

Trump e Xi Jinping durante o G20 em 2019.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ligou para o presidente da China, Xi Jinping, nesta sexta-feira (19). A conversa telefônica entre os dois líderes, classificada como produtiva pelo republicano, foi a segunda desde a posse de Trump em janeiro, mas a terceira a partit do início do ano. De acordo com o líder dos EUA, ele e Xi Jinping irão se encontrar na cúpula da Asia-Pacific Economic Cooperation (Apec).

Na Truth Social, Trump comentou que ele e Xi Jinping puderam avançar em questões importantes como comércio, fentanil – droga que gera grande problema aos EUA –, a necessidade de pôr fim à guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a aprovação do Acordo TikTok.

Ainda de acordo com o presidente norte-americano, novos encontros entre os dois líderes também foram marcados. “Também concordei com o presidente Xi que nos encontraríamos na Cúpula da Apec na Coreia do Sul, que eu iria à China no início do próximo ano e que o presidente Xi, da mesma forma, visitaria os Estados Unidos em um momento oportuno”, disse Donald Trump.

O encontro entre Xi Jinping e Trump na cúpula de países da Ásia e do Pacífico (Apec) na Coreia do Sul acontece no final de outubro. “A ligação foi muito boa, falaremos novamente por telefone, agradecemos a aprovação do TikTok e ambos estamos ansiosos para nos encontrar na Apec”, finalizou Trump.

O presidente da China, por sua vez, disse que tem que “evitar tomar medidas unilaterais de restrição do comércio para não pôr em risco os avanços conquistados em diferentes ciclos de negociações”. Xi Jinping também classificou a conversa como “positiva” e “construtiva”, de acordo com a televisão CCTV e a agência de notícias Xinhua.

Acordo sobre o TikTok

Na última terça-feira (16), Donald Trump adiou pela quarta vez a proibição da plataforma nos Estados Unidos. O republicano foi um crítico do TikTok inicialmente, mas, durante as eleições presidenciais de 2024, descobriu seu poder com a juventude.

Em entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na quinta-feira (18), Donald Trump, ressaltou a força do TikTok para elegê-lo presidente.

De acordo com uma lei aprovada durante o governo de Joe Biden, o TikTok não poderá operar no país por razões de segurança nacional, a menos que a matriz chinesa venda o controle para proprietários americanos.

Com o acordo, o TikTok nos Estados Unidos seria “propriedade de investidores americanos, e de pessoas e empresas muito ricas”, de acordo com Trump.

Segundo o Wall Street Journal, um consórcio poderia ser formado para controlar o TikTok, que incluiria o gigante do setor de tecnologia Oracle e dois fundos de investimento da Califórnia, Silver Lake e Andreessen Horowitz.

Tarifas

A diferença comercial entre os dois países é mais complexa, e as equipes negociadoras estão há meses trocando propostas. No início do ano, as duas maiores economias do mundo elevaram drasticamente as tarifas recíprocas, em uma disputa que bloqueou as cadeias globais de abastecimento.

Washington e Pequim alcançaram um acordo para reduzir as taxas, que expira em novembro, com tarifas de 30% para a importação de produtos chineses nos Estados Unidos e de 10% para os produtos americanos importados na China.

A conversa telefônica também aconteceu depois de Xi organizar uma reunião de cúpula regional com os líderes da Rússia e Índia, além de convidar o líder norte-coreano Kim Jong Un para um grande desfile militar em Pequim, eventos duramente criticados por Trump.

“Por favor, transmita meus mais calorosos cumprimentos a (o presidente russo) Vladimir Putin e a Kim Jong Un, enquanto vocês conspiram contra os Estados Unidos da América”, escreveu o republicano em uma mensagem a Xi publicada em sua plataforma Truth Social.

(Sob supervisão de Alex Araújo)

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas