As exportações brasileiras de carne bovina registraram um recorde histórico em setembro de 2025, alcançando 352 mil toneladas e consolidando o mês como o de maior volume já exportado pelo país desde o início da série histórica em 1997. O resultado representa um salto de 31,1% em comparação com setembro de 2024 (268 mil t) e de
A receita gerada pelas vendas de setembro totalizou US$ 1,9 bilhão, um aumento de 18,4% na comparação anual. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Crescimento sustentado e China na liderança
O excelente desempenho mensal ocorreu mesmo sob o impacto do
Desde a retirada dos EUA, o Brasil conquistou novos compradores:
A China permaneceu como o principal motor do setor, sendo o destino de mais da metade do volume exportado no mês: 190,5 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 1,06 bilhão. Outros mercados de destaque incluem União Europeia, México, Estados Unidos e Filipinas. A maior parte dos embarques (89,37%) foi composta por carne in natura.
Acumulado anual reforça liderança global
O crescimento não se restringe a setembro. No acumulado de janeiro a setembro de 2025, o Brasil exportou 2,44 milhões de toneladas de carne bovina, um avanço de 16% em relação ao mesmo período de 2024 (2,10 milhões t). A receita no período totalizou US$ 12,4 bilhões, uma alta de 35,4%, que solidifica a posição do país como líder mundial nas exportações da commodity.
Com o resultado parcial, o volume exportado em 2025 já se aproxima do total alcançado em todo o ano de 2024 (2,89 milhões de toneladas e US$ 12,8 bilhões), mantendo projeções otimistas para o fechamento do ano.
Diversificação e otimismo para o futuro
No acumulado do ano, a China lidera com 1,15 milhão de toneladas, mas outros mercados têm apresentado expansão expressiva. Mercados como México (+213%), União Europeia (+109%), Rússia (+50%) e Chile (+25%) registraram forte expansão nas compras.
Apesar da retração nos embarques para os Estados Unidos após a imposição de tarifas em agosto, o país segue como um mercado fundamental. No acumulado do ano, as vendas aos EUA ainda apresentam alta de 64,6% em volume e 53,8% em valor na comparação com 2024.
O presidente da Abiec, Roberto Perosa, atribui os resultados à solidez do setor e à diversificação dos embarques, além do trabalho em conjunto com o governo na busca por novas oportunidades comerciais.
“O Brasil segue ampliando sua presença internacional de forma consistente... Mesmo diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos, seguimos em parceria com o governo para restabelecer esse mercado estratégico e avançar na abertura de novas frentes de exportação,” afirmou Perosa.
O executivo ressaltou ainda que, apesar dos recordes na exportação, cerca de 70% do volume da carne produzida no Brasil é voltado ao consumo interno, demonstrando o equilíbrio entre atender à forte demanda doméstica e fortalecer a presença nos principais destinos internacionais.