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Exportações de carne bovina do Brasil crescem 15% com novos compradores em agosto

Resultado foi o segundo maior volume mensal da série histórica, ficando atrás apenas de julho deste ano

Receita alcançou US$ 1,60 bilhão, cerca de RS 8,64 bilhões

As exportações brasileiras de carne bovina somaram 299.449 toneladas em agosto, crescimento de 20,7% em relação ao mesmo mês de 2024 (248.033). Foi o segundo maior volume mensal da série histórica, ficando atrás apenas de julho deste ano, quando o Brasil embarcou 313,6 mil toneladas.

A receita alcançou US$ 1,60 bilhão, cerca de RS 8,64 bilhões, alta de 49,8% frente aos US$ 1,07 bilhão (R$ 5,77 bilhões) registrados no ano passado.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), foram divulgados nesta quarta-feira (10). A Abiec reúne 46 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil.

O resultado também é reflexo dos novos compradores conquistados pelo Brasil em agosto: Filipinas, para carne bovina com osso e miúdos; Indonésia, carne com osso, miúdos bovinos, produtos cárneos e preparados de carne brasileiros. E também para São Vicente e Granadinas, país do Caribe, carne bovina, produtos cárneos e miúdos bovinos.

Principais destinos

A China manteve a liderança das compras em agosto e segue como principal destino da carne brasileira. O país asiático importou 161,0 mil toneladas (53,7% do total), receita de US$ 894 milhões, cerca de R$ 4,82 bilhões. O valor aumentou 48,1% frente a agosto de 2024.

Em seguida aparecem Rússia (14,2 mil t; US$ 65 milhões), México (13,3 mil t; US$ 75,4 milhões), Chile (12 mil t; US$ 67,6 milhões) e União Europeia (11,2 mil t; US$ 93,2 milhões).

Com o tarifaço de Trump, os Estados Unidos registraram queda significativa no mês, com 9,3 mil toneladas embarcadas (US$ 64,4 milhões), queda de 51,1% em relação a agosto de 2024 (19,1 mil t). Apesar da desaceleração, o país permanece como o segundo principal destino no acumulado do ano.

No período de janeiro a agosto, os EUA importaram 209,1 mil toneladas (US$ 1,22 bilhão), crescimento de 71,5% frente ao mesmo período de 2024, quando foram embarcadas 121 mil toneladas (US$ 725 milhões). O resultado se aproxima do total de 229 mil toneladas exportadas em todo o ano passado.

No mesmo período, o Brasil exportou 2,08 milhões de toneladas de carne bovina, crescimento de 15% em comparação às 1,81 milhão de toneladas do mesmo intervalo de 2024. A receita atingiu US$ 10,51 bilhões, avanço de 32,9% frente aos US$ 7,91 bilhões registrados no ano anterior.

A China segue como maior parceira comercial do Brasil no ano, com 962,8 mil toneladas e US$ 5,0 bilhões em receita, seguida por Estados Unidos (209,1 mil t; US$ 1,22 bilhão), Chile (81,3 mil t; US$ 441,0 milhões), México (80,9 mil t; US$ 439,7 milhões) e Rússia (74,2 mil t; US$ 317,5 milhões).

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Mercados estratégicos apresentaram crescimento expressivo no acumulado: México (+198%), Estados Unidos (+71,5%), União Europeia (+37,8%), Rússia (+31%), China (+21%) e Chile (+18,5%). Em agosto, além da forte demanda mexicana, destacaram-se as altas da União Europeia (+41,0%) e da Rússia (+57,7%).

Segundo a Abiec, os resultados de agosto reforçam a competitividade da carne bovina brasileira e o trabalho conjunto da cadeia produtiva para ampliar a presença global. Mesmo diante de oscilações em alguns mercados, como os EUA, o cenário geral se mantém positivo, com perspectivas de novas oportunidades comerciais no segundo semestre.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde