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Tarifa da carne bovina brasileira chega a 76,4% com tarifaço de Trump

Para 2025, a previsão era atingir 400 mil toneladas de carne bovina exportadas aos EUA, segundo a Abiec

O setor da carne bovina brasileira é um dos mais afetados com a tarifa de 50% dos Estados Unidos, anunciada por Donald Trump. Nesta quarta-feira (30), a Casa Branca divulgou a lista de produtos isentos da taxação, e a carne e o café não aparecem.

Em nota a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) ressaltou que, somada à alíquota atual de 26,4%, a carga tributária total chegaria a 76,4%.

Os EUA são o segundo maior destino da carne bovina. Em 2024 foram 229 mil toneladas exportadas aos norte-americanos, sendo 60% da carne para hambúrguer. Para 2025, a previsão era atingir 400 mil toneladas, segundo o setor.

“O Brasil exporta para diversos países, mas nessa quantidade que nós íamos exportar esse ano, e o produto específico que nós estávamos pensando em exportar, não existe nenhum mercado que absorva tudo isso. Então uma parte ficará no mercado interno, uma parte nós reenviaremos a outros destinos, mas com dificuldades de preço, de logística, que era um mercado tão atrativo como era os Estados Unidos”, explicou o presidente da entidade, Roberto Perosa.

O prejuízo pode chegar até US$ 1 bilhão com a retirada das exportações de carne aos EUA, segundo a Abiec.

“A entidade está em diálogo com os importadores norte-americanos e colabora com o governo federal na busca de uma solução negociada. Reforça a importância de preservar o fluxo comercial com os EUA, que enfrentam atualmente o menor ciclo pecuário dos últimos 80 anos. Também destaca a atuação conjunta do esforço do Ministério da Agricultura e Pecuária na abertura de novos mercados e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) nas articulações diplomáticas e comerciais”, disse a Abiec em nota nesta quarta (30).

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“Eles também estão muito preocupados porque vai diminuir muito a operação deles, a margem deles. Eles estão trabalhando lá conversando com os políticos americanos que eles têm acesso, conversando com a própria Casa Branca, mas ainda não houve um sinal de que poderia ser arrefecida essa tarifa”, disse Perosa sobre as conversas com os norte-americanos.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde