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Trump mantém tarifa ao café e carne bovina brasileira

Alguns produtos como polpa e suco de laranja, aço, minério e outros foram excluídos da tarifa de 50% dos EUA com início no dia 6 de agosto

Carne bovina e café são destaques nas exportações

A Casa Branca divulgou nesta quarta-feira (30) a lista de produtos excluídos da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Entre eles, estão polpa e suco de laranja, aço, minério e outros.

Apesar do alívio em alguns produtos, o setor cafeeiro não escapou e é um dos principais setores afetados pela tarifa.

No ano passado, o Brasil exportou 50,4 milhões de sacas de café, das quais 8,2 milhões foram para os Estados Unidos, segundo Márcio Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Os Estados Unidos é o maior consumidor de café e o Brasil representa 33% de todo o café consumido no país norte-americano. “Para cada dólar exportado pelo Brasil, gera US$ 43 na indústria americana. Os Estados Unidos emprega 2,2 milhões de pessoas no café, na indústria, e US$ 343 bilhões são gerados pelo café", afirma Ferreira.

“O café brasileiro é o café mais competitivo, isso é muito importante notar, tanto arábica quanto robusta. E o café brasileiro traz o corpo e a doçura que os outros cafés das outras origens não têm. Precisamente não têm. E a nível de consumidor, o consumidor está satisfeito, feliz com os cafés do Brasil”, ressalta o presidente da Cecafé.

De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea),a preocupação do setor brasileiro se intensifica ao observar a situação dos principais concorrentes. No segmento do café arábica, em que o Brasil é líder nas exportações para os EUA, a Colômbia — segundo maior exportador de café dos EUA — permanece isenta do tarifaço, o que pode lhe conferir uma vantagem competitiva.

Já o café robusta, o Vietnã — terceiro maior exportador — está negociando a aplicação de uma alíquota reduzida de 20%, significativamente menor que os 46% previstos inicialmente.

Carne bovina

Os Estados Unidos são o segundo principal destino da carne bovina brasileira. Só em junho foram 18,2 mil toneladas e receita de US$ 123,6 milhões.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, o prejuízo pode chegar até US$ 1 bilhão com a retirada das exportações de carne aos EUA.

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Perosa explicou que a estimativa foi baseada no ano passado, quando foram enviadas 220 mil toneladas. No entanto, ele afirma que a expectativa era de que o Brasil exportasse 400 mil só para os EUA neste ano.

“Os EUA vivem seu pior ciclo pecuário dos últimos 75 anos, então há falta de carne no mercado. Ele são o segundo maior exportador de carne mas tem déficit de produção da carne bovina por uma série de fatores climáticos e econômicos”, explica Perosa sobre a importância do Brasil em complementar a produção para o preço da carne nos EUA não ir às alturas.

Além disso, cerca de 60% da carne nos EUA é para hambúrguer e segundo Perosa, eles não tem essa carne suficiente.

Veja a lista de produtos excluídos :

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde