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Além do suco de laranja, manga vira alvo e preocupa setor em meio ao tarifaço de Trump

Principal fruta da exportação, a taxação de Trump sobre a manga é inviável para o Brasil, segundo a Abrafrutas

Carne, café, suco de laranja e manga são afetados pelo tarifaço

Além da carne e café, o setor de frutas também é um dos principais alvos da tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O suco de laranja é um produto importante na pauta de exportação brasileira. Segundo o presidente da Associação Nacional dos exportadores de sucos cítricos (Citrus BR), Ibiapaba Neto, 40% das exportações brasileiras tem como destino o mercado norte-americano, que no último ano foi responsável por US$ 1,3 bilhão em receitas.

Além disso, Guilherme Coelho, presidente da Associação Brasileira dos produtores e exportadores de frutas (Abrafrutas), afirmou que a grande preocupação do setor é a manga, campeã de exportação no Brasil.

“Nós temos hoje cerca de 2,5 milhões de hectares de frutas e 5 milhões de empregos. Neste momento, o que mais nos afeta é a safra da manga para os Estados Unidos. São dois meses e meio onde o Vale do São Francisco, que produz 90% de toda a manga do Brasil, está em pane”, disse Coelho, durante a coletiva de imprensa, após a reunião de Alckmin com empresários e associações do agro brasileiro.

Coelho afirma que o setor não sabe o que fazer, já que tem 2.500 containers de manga para os Estados Unidos. “Essa safra foi planejada já há seis meses, como todo ano fazemos. Está tudo organizado em termos de embalagem”, explica.

“Isso engloba todos, os grandes, pequenos e médios produtores de manga. Nós já temos reservas nos navios, tudo organizado e quem vai receber os supermercados. E agora nós estamos bastante inseguros”, disse Coelho.

“Não podemos mandar essa carga para a Europa, o preço vai desabar, não tem logística para isso. Não podemos colocar essa manga no Brasil, porque vai colapsar o mercado. Então, urge uma definição, urge o bom senso, urge a flexibilidade, urge um pensamento global, um pensamento geral, para que nós possamos não ter que deixar manga no pé, desemprego em massa”, disse Coelho que defende o diálogo antes de qualquer medida grave como a taxação de Trump.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde
Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.