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Câmara Americana de Comércio elogia aproximação entre Lula e Trump

Amcham afirma que diálogo entre os presidentes é um “passo importante” para reequilibrar a balança comercial

O presidente Lula (esq.) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (dir.), trocaram telefones nessa segunda-feira (6)

A Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham) classificou a aproximação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o seu homônimo americano, Donald Trump, como um “importante passo” para reequilibrar as transações entre os dois países. Nessa segunda-feira (7), o relatório da balança comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostrou uma queda de 20% nas exportações brasileiras aos Estados Unidos em setembro.

Em nota, a entidade empresarial destacou que a queda nas exportações brasileiras é uma consequência do impacto da sobretaxa de 40% sobre os produtos vendidos para os americanos, o que gera “distorções na corrente de comércio e efeitos adversos para empresas e consumidores de ambos os países”.

“O comércio Brasil–EUA é sustentado por uma ampla rede de empresas, investimentos e interesses mútuos. Esperamos que o diálogo entre os presidentes abra caminho para negociações que devolvam previsibilidade e permitam preservar e expandir o comércio e os investimentos bilaterais”, afirma Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.

Segundo a Amcham, os principais setores afetados pelo tarifaço incluem a siderurgia, alumínio, máquinas e equipamentos, madeira, químicos e manufaturados industriais em geral. “Nesse contexto, o diálogo entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, reforçado pelo telefonema ocorrido nesta segunda-feira, representa um passo importante para a construção de soluções que mitiguem esses impactos”, afirma a entidade.

O relatório mensal da Balança Comercial do MDIC revela que as exportações para os EUA saíram de US$ 3,23 bilhões, em setembro de 2024, para US$ 2,58 bilhões no mês passado. Por outro lado, as importações de produtos americanos tiveram um salto de 14,3%, passando de US$ 3,8 bilhões para US$ 4,35 bilhões.

O resultado comprova mais um mês de superávit na balança comercial para os Estados Unidos, mesmo com um suposto déficit sendo usado pelo presidente Donald Trump para justificar o tarifaço. Os americanos tiveram um saldo positivo de US$ 1,77 bilhão no comércio com o Brasil.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.